A Câmara de Lisboa realizou, desde o início do ano, cerca de 700 intervenções relacionadas com sinais de trânsito na cidade, entre substituição, recolocação ou retirada definitiva, com o objetivo de melhorar a mobilidade para peões e automobilistas.
"Já fizemos cerca de 700 intervenções e teremos, seguramente, muitas mais pela frente", afirmou esta quinta-feira o vereador da Mobilidade de Proximidade e Segurança da Câmara de Lisboa.
Carlos Castro falava à Lusa durante uma visita de acompanhamento a uma intervenção em quatro postes de sinalética, que contou com a presença da secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes.
O propósito da intervenção que decorreu na praça do Rossio e na Rua dos Fanqueiros (na freguesia de Santa Maria Maior) seria a retirada de dois sinais, mas acabaram por ser quatro os alvo de remoção.
A sinalética foi retirada por funcionários municipais das "Brigadas Lx", através do arranque e do corte dos postes, procedendo ao arranjo da calçada do passeio logo de seguida.
"É preciso perceber que o que estamos aqui a fazer é, por um lado, melhorar a mobilidade dos peões, mas por outro também a melhorar a visibilidade e a leitura da sinalética por parte dos automobilistas", considerou o vereador.
As intervenções passam pela substituição de sinalética antiga por nova, a relocalização dos postes ou a sua retirada definitiva para evitar sinais redundantes, como foi o caso da sinalética retirada esta quinta-feira.
Até agora, os trabalhos - que são feito sobretudo em horário noturno - já abrangeram as freguesias das Avenidas Novas, Santo António e Santa Maria Maior, sendo um trabalho que a Câmara pretende estender "a toda a cidade".
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, afirmou que "a Câmara de Lisboa tem sido pioneira" nesta matéria, considerando que este "é o tipo de intervenção exemplar".
"É um trabalho de ir de quarteirão em quarteirão, de rua em rua, ver o que está mal, ver o tipo de sinalização que já não é necessária, que já perdeu o sentido e pode ser retirada com uma pequena intervenção", vincou.
Ana Sofia Antunes considerou que "ao limpar este lixo" procura-se "facilitar a vida para todos".
"Muitas vezes andamos pelas ruas, deparamo-nos com obstáculos colocados mesmo no centro dos passeios, e eles são tão mais críticos quanto mais estreitos são os passeios, e esta constitui uma situação gravosa, de risco", acrescentou a secretária de Estado.
Ana Sofia Antunes alertou, ainda, que esta situação abrange "não apenas as pessoas que têm limitações na sua mobilidade em função da sua deficiência", mas também a população idosa, "e que se sente muitas vezes insegura ao caminhar".
A nível nacional, a secretária de Estado refere que "existem várias autarquias preocupadas com as questões das acessibilidades e a fazerem intervenções em espaço público".
O facto de a intervenção em Lisboa ser feita por funcionários municipais foi elogiada por Ana Sofia Antunes, que salientou que a formação de trabalhadores em matérias de mobilidade e acessibilidade deve ser adotada por outras autarquias.