Afirmações de Pinto Monteiro «gravíssimas», diz sindicato - TVI

Afirmações de Pinto Monteiro «gravíssimas», diz sindicato

Pinto Monteiro na abertura do ano judicial (Mário Cruz/Lusa)

Processo Freeport

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público considerou «gravíssimas» as afirmações de quarta-feira do Procurador-Geral da República sobre a politização do processo Freeport e o facto de ter dito que não conseguiu despolitizar o Ministério Público.

«Dizer que o processo Freeport foi um processo político é uma afirmação gravíssima», disse à agência Lusa o presidente do SMMP, Rui Cardoso, reagindo à entrevista de Fernando Pinto Monteiro à RTP.

O mesmo responsável adiantou que este processo «investigou, acusou e depois julgou suspeitas de corrupção», apesar de ter existido uma absolvição [dos dois arguidos], ainda que «nem todas as pessoas de quem muito se falou estarem envolvidos nesses factos e näo terem sido acusados», numa alusão a José Sócrates.

«Um processo, que foi judicial, ter tido essa acusação, de natureza política, é gravíssimo, principalmente para os magistrados que o dirigiram e depois o julgaram, mas também para a própria justiça, começando pelo Ministério

Público», sublinhou.



Na quarta-feira, o Procurador-Geral da República (PGR) considerou "estranho

e inédito" que os juízes que julgaram o caso Freeport e absolveram os dois

arguidos tenham levantado suspeiçöes de corrupçäo contra o ex-primeiro-ministro

José Sócrates.

O presidente do SMMP sublinhou serem igualmente «muito graves» as afirmações de Pinto Monteiro sobre as escutas ilegais, realçando que «os mecanismos de controlo são seguros». Segundo Rui Cardoso, nenhum magistrado tem conhecimento que a PJ realize escutas ilegais. «Infelizmente o senhor PGR quis terminar o seu mandato polémico da forma como começou, mostrando não ter qualquer empatia com o Ministério Público, fazendo afirmações sem fundamento, que são seguramente, pelo menos, causa de grande desprestígio para o MP», afirmou.
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