Citius: «demissão» dos responsáveis não resolve problema - TVI

Citius: «demissão» dos responsáveis não resolve problema

IGFEJ cessa comissão de técnicos da PJ responsáveis pelo Citius

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais diz que a demissão dos responsáveis pela plataforma da justiça sugere a necessidade de se «de atirar as culpas para alguém»

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O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais considerou esta quinta-feira que a demissão dos responsáveis pela plataforma informática Citius, que colapsou no em setembro com a aplicação do novo mapa judiciário, não resolve os problemas da justiça.

«O problema da reforma do mapa judiciário e do atual funcionamento do sistema de justiça não se resolve com a demissão destas pessoas. Compreendo a demissão, os erros que foram cometidos podem justificá-la do ponto vista político e técnico, mas não resolve», disse Fernando Jorge reagindo à notícia que dá conta que os responsáveis pelo instituto que gere o Citius foram convidados a demitir-se pelo ministério.

De acordo com a imprensa de hoje, os dois responsáveis recusaram pedir demissão, devendo agora ser exonerados.

Contactado pela Lusa, fonte do ministério escusou-se a fazer qualquer comentário à notícia.

A plataforma de gestão processual Citius bloqueou no arranque da nova reorganização judiciária, a 01 de setembro, impedindo a sua utilização pelos tribunais e advogados, só ficando operacional em finais de outubro.

Segundo Fernando Jorge, a demissão dos responsáveis sugere a necessidade de se «de atirar as culpas para alguém», sugerindo que tal é feito desde que se «indiciaram os dois funcionários como sendo os sabotadores do sistema».

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciários considera que houve «muita incompetência e irresponsabilidade» na implementação do mapa judiciário, sendo que os problemas com o Citius tiveram o efeito de «tapar as outras insuficiências» na justiça portuguesa.

«A reforma foi toda mal feita. Acho que é necessário - a ministra já o fez mas devia fazer novamente, assim como o próprio Governo - assumir as responsabilidades pelo fracasso da reforma, pela precipitação, incompetência, incapacidade e falta de planeamento, sendo o Citius foi apenas um aspeto», sublinhou.

Como exemplos de falta de planeamento e capacidade, Fernando Jorge aponta uma portaria do Ministério da Justiça anterior a setembro do ano passado, na qual era referida a necessidade de existência de 7.500 funcionários para instalar a nova reforma, quando na altura só estavam no ativo cerca de 6.400.

Fernando Jorge adiantou ainda ser necessário saber se os responsáveis do Citius deram a garantia à ministra da Justiça de que a plataforma estava apta a funcionar a partir de 01 de setembro ou se foi o Governo que forçou a sua aplicação nessa data.
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