Governo acusado de nova ilegalidade nos concursos de professores - TVI

Governo acusado de nova ilegalidade nos concursos de professores

  • AR
  • 8 mai 2018, 22:15
Escola (arquivo)

Sindicatos culpam Ministério da Educação de retirar os docentes das atividades extracurriculares das primeiras prioridades de colocação, mas a tutela nega mudanças

Os sindicatos de professores acusam o Ministério da Educação de cometer mais uma ilegalidade nas normas dos concursos de contratação deste ano, retirando os docentes das atividades extracurriculares das primeiras prioridades de colocação, mas a tutela nega mudanças.

O Jornal de Notícias adiantou hoje que o manual de instruções para validação de candidaturas de professores aos concursos externos e de contratação inicial deste ano, publicado na passada sexta-feira na página da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), retira da 2.ª prioridade do concurso os professores contratados para dar aulas nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), afetando docentes de Inglês ou Música, por exemplo.

Numa resposta enviada à Lusa, o Ministério da Educação (ME) reafirma o que já tinha dito ao ‘Jornal de Notícias’, defendendo que “não há qualquer alteração material em relação aos últimos anos” e que “tal como nos anos anteriores, e como previsto na lei, os contratados para AECs como docentes entram na 2.ª prioridade, os contratados nas AECs como técnicos entram na 3.ª prioridade”, sendo que “a todos eles o tempo é contado como serviço docente”.

A nota da tutela acrescenta ainda que “o manual serve para apoiar os diretores na validação das candidaturas dos docentes e, naturalmente, não contraria, antes sublinha, o que é definido no Aviso de Abertura” e informa que “a DGAE tem ainda um Centro de Atendimento Telefónico para o qual todos os diretores e professores podem ligar em caso de necessidade de esclarecimentos adicionais”.

“O que o Ministério da Educação está a afirmar é que os docentes serão integrados na 2.ª ou na 3.ª prioridade, não em função da atividade que desenvolvem, mas da entidade que os contrata: quando estes docentes são contratados pelas escolas, o seu contrato é de docente, quando são as câmaras ou outras entidades, nomeadamente associações de pais, as entidades promotoras, os contratos são como técnicos, pois estas entidades não podem celebrar contratos de outra natureza. É apenas uma questão formal […] Essa distinção nunca foi feita, mas, este ano, está a ser imposta”, criticou a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), em comunicado.

No documento enviado em reação à notícia hoje divulgada, a Fenprof defende que “os professores que exercem atividade nas AEC não podem ser prejudicados por esta inovação legal que não decorre de qualquer novidade na lei” e “exige a retificação do “Manual de Instruções”, determinando a consideração do tempo de serviço prestado pelos professores nas AEC para efeitos de ordenação na 2.ª prioridade”.

Exigência semelhante foi também feita hoje, em comunicado, pela Associação Sindical de Professores Licenciados.

A Fenprof recorda ainda o historial conflituoso dos concursos de professores deste ano, afirmando que este é já o quarto problema em relação aos procedimentos de contratação previstos, lembrando que não foram negociadas as normas do diploma do concurso externo extraordinário; que o aviso de abertura deste concurso violou a lei, sendo depois corrigido por uma nota informativa administrativa; e que o Governo enviou para fiscalização do Tribunal Constitucional normas relativas aos horários dos professores relativas ao concurso de mobilidade interna cuja repetição este ano foi determinada pela Assembleia da República.

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