Professores: nova mega-manifestação a 17 de Maio - TVI

Professores: nova mega-manifestação a 17 de Maio

  • Portugal Diário
  • João Carneiro da Silva
  • 31 mar 2008, 15:44
Marcha da Indignação (Inácio Rosa/Lusa)

Sindicatos dispostos a promover novas acções de luta em todo o país

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Os sindicatos dos professores anunciaram esta segunda-feira novas medidas de protesto contra as políticas de Educação do Governo. Os professores vão manifestar-se no final de cada dia a 14, 21 e 28 de Abril e a 5 de Maio, sendo que os protestos serão separados por cada capital de distrito.

Em conferência de imprensa esta manhã em Lisboa, a Plataforma Sindical dos Professores afirmou estar pronta para uma segunda ronda de protestos, à imagem da Marcha da Indignação de 8 de Março.

Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), disse que uma nova manifestação poderá acontecer a 17 de Maio, um sábado, no Porto, em Coimbra, em Évora e em Lisboa, e também na Madeira e nos Açores, mais precisamente no Funchal, em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo.

«A fogueira da Educação está a ser regada com gasolina da mais potente por parte do Ministério da Educação», acusou o dirigente sindical. Mário Nogueira falou no «ambiente degradado» que se vive entre os professores depois das sucessivas tentativas de diálogo com o ministério.

20 mil assinaturas «em tempo recorde»

No dia em que se iniciou o terceiro período do ano lectivo 2007/2008, a Plataforma Sindical apresentou um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas recolhidas no espaço de uma semana, «um tempo recorde» segundo o representante da Fenprof. No documento, os professores reafirmam as posições quanto a vários pontos da política de educativa do gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues.

«As razões mantêm-se tal qual como estavam em 8 de Março, como se mantem o zero de abertura por parte do Ministério da Educação», disse Mário Nogueira. No documento entregue no ministério os sindicatos dos professores voltam a defender «a suspensão do processo de avaliação até ao final do ano lectivo, sem que daí resulte qualquer prejuízo para a carreira dos docentes».

Os sindicatos pretendem ainda que não seja aplicado às escolas, até ao final do ano lectivo, qualquer procedimento que decorra do regime de gestão escolar. Aliás, o dirigente da Fenprof fez questão de alertar para o facto que o novo regime, apesar de aprovado em Conselho de Ministros, ainda não foi publicado no Diário da República. «Ainda o diploma não saiu e o Ministério da Educação já anda a dizer às escolas como fazer a gestão este ano e a avaliação dos professores para o próximo ano lectivo», apontou.

Porém, o processo de avaliação não é o único ponto em causa para os sindicatos, apesar de ter sido «a gota de água que fez transbordar o copo». O abaixo-assinado enumera ainda as questões dos horários de trabalho, do respeito pelos quadros legais em vigor, e, a longo prazo, a renegociação do Estatuto da Carreira Docente e do regime de direcção e gestão escolar.

«Três anos de desrespeito dos professores»

Mário Nogueira lançou ainda duras críticas à actuação do gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues durante os últimos três anos. «São três anos de desrespeito e enxovalho dos professores, três anos de desvalorização dos sindicatos e das negociações», disse.

O sindicalista criticou o Ministério da Educação por ter assinado um documento com o Conselho das Escolas, «o filho adoptivo do ministério», em que ratifica o processo de avaliação. Mário Nogueira disse que a aprovação do documento «é uma vergonha» e que o ministério deve negociar com os sindicatos e não com um órgão consultivo que não representa os professores.

No final da conferência de imprensa, os representantes dos sindicatos foram recebidos no Ministério da Educação pelo chefe do gabinete do Secretário de Estado Adjunto, a quem entregaram as 20 mil assinaturas.

«O Ministério da Educação não pode continuar insensível à insatisfação dos professores. Não queremos ter que recorrer à greve, mas cabe à senhora ministra acabar com esta situação», defendeu Mário Nogueira.
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