A síndrome de burnout, definida como exaustão e falta de realização no trabalho, está fora da lista de doenças profissionais porque os factores individuais que a podem causar «são muitas vezes difíceis de objectivar», segundo uma especialista, refere a Lusa.
A presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho (SPMT), Ema Sacadura Leite, explicou que o burnout «também tem muitos factores individuais que interferem e são muitas vezes difíceis de objectivar».
Definido pela primeira vez em 1974 pelo psicólogo alemão Herbert Freudenberger, o burnout é tido actualmente como exaustão emocional, despersonalização e fraca realização profissional.
O psiquiatra Adriano Vaz Serra explicou que, além dos sintomas físicos de fadiga crónica, alguém que sofra de burnout sente-se desiludido, desenvolve sentimentos depressivos e tende a mudar de atitude, mostrando-se cínico e com atitudes negativas em relação ao trabalho, a colegas, a supervisores e à própria instituição.
Estes sintomas levam a atritos, isolamento, absentismo ou mesmo mudança de local de trabalho ou profissão, acrescentou.
Quem está mais sujeito a esta situação são os que «entram para a actividade profissional cheios de idealismo, esperançosos e dedicados».
Mas também há características individuais que pesam: baixa tolerância à frustração, dificuldade em confrontar e resolver problemas, falta de capacidade de auto-afirmação, preocupação excessiva com os acontecimentos do dia-a-dia e emocionalidade elevada.
Profissionais ligados aos cuidados de saúde estão expostos a desenvolver situações de burnout, pelas exigências da sua actividade, gravidade das situações clínicas com que se deparam e a urgência das intervenções.
Síndrome de burnout fora da lista de doenças profissionais
- Redação
- CR
- 8 dez 2008, 11:59
Caracteriza-se por exaustão emocional, despersonalização e fraca realização profissional
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