Portugal recebeu 195 refugiados mas nenhum é sírio - TVI

Portugal recebeu 195 refugiados mas nenhum é sírio

Papa visita campo de refugiados na ilha de Lesbos, Grécia

Ministro dos Negócios Estrangeiros sublinha que Portugal tem disponibilidade para receber mais seis mil pessoas

Portugal recebeu até hoje 195 refugiados, nenhum dos quais sírio, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, que defendeu que o acordo entre a União Europeia e a Turquia permitiu "reduzir enormemente o fluxo" de entrada na Europa.

O governante adiantou que a quota que cabe a Portugal é de 4.486, tendo o país manifestado disponibilidade para receber mais seis mil pessoas, ao abrigo de programas específicos de colocação no ensino superior, no ensino profissional ou a trabalhar no setor primário.

"Ao abrigo do processo de reinstalação, Portugal ainda não recebeu nenhum refugiado sírio", adiantou Santos Silva, numa audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, que foi dominada pela crise dos refugiados.

Na resposta europeia à crise, o ministro disse que o problema "mais grave" é a "falta de solidariedade e de organização que a União tem apresentado", com alguns Estados a procurar "respostas unilaterais e a empurrar o problema para o quintal do vizinho".

Santos Silva repudiou estas respostas e garantiu que, para Portugal, "a linha vermelha é o respeito integral da lei e dos direitos das pessoas".

Sobre o acordo recém-firmado entre a União Europeia e a Turquia, o ministro explicou que "o que os europeus procuraram fazer foi estancar um fluxo, na grande maioria dos casos, dirigido por redes clandestinas de tráfico de pessoas, cuja dimensão estava a impedir a Europa de encontrar uma resposta à altura das suas responsabilidades".

Um objetivo que, "até ver, está a ser cumprido", já que o "fluxo se reduziu enormemente".

"A nossa expectativa é que o estancamento desse fluxo permita melhores condições para tratar do problema dos 160 mil refugiados, hoje, no continente grego e na Itália, que precisam de recolocação", declarou.

Portugal, continuou, tem uma "posição muito clara: há uma obrigação da UE ao abrigo do direito internacional e do sistema de asilo e das regras em vigor na União" de acolher pessoas em deslocação forçada por motivos ligados a violência.

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