Secretas identificam cidadãos com ligações ao Estado Islâmico em Portugal - TVI

Secretas identificam cidadãos com ligações ao Estado Islâmico em Portugal

Novo diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS), Adélio Neiva da Cruz (LUSA)

Serviço de Informações de Segurança admite que há vários portugueses que aderiram à propaganda do Estado Islâmico, mas o diretor do SIS não avançou quaisquer pormenores sobre o número de casos ou sobre quais as motivações dos identificados

O Serviço de Informações de Segurança admite que há vários portugueses que, a partir do território nacional, aderiram à propaganda terrorista do Estado Islâmico.

A notícia é avançada pelo Diário de Notícias (DN), esta segunda-feira, que cita o diretor do SIS, Adélio Neiva da Cruz, que não avançou quaisquer pormenores sobre o número de casos ou sobre quais as motivações e situação dos identificados.

Em Portugal, os casos identificados de radicalização são minoritários e a dimensão do problema não é comparável com o que se verifica em alguns países”, afirmou o diretor do SIS, numa conferência do seminário "Estratégias de Comunicação no contexto de terrorismo", na Universidade Nova de Lisboa.

Neiva da Cruz afirmou que a revelação nada acrescenta ao que já constava no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2015, que mencionava que haviam “sido identificados casos de radicalização e conexões entre cidadãos e/ou estruturas e organizações jihadistas de cariz transnacional”.

Contactados pelo DN, também a Polícia Judiciária e a Procuradoria-Geral da República (PGR) não avançaram quaisquer informações sobre estes casos. A PGR apenas confirmou a “existência de inquéritos a decorrer” sobre “factos relacionados com o denominado Estado Islâmico, sem adiantar se estes se tratam de casos já conhecidos de portugueses que se radicalizaram no estrangeiro.

É a primeira vez que um alto dirigente assume que existem casos de radicalização em território nacional, além dos portugueses e luso-descendentes que se radicalizaram em Inglaterra e França e se juntaram ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Durante a sua intervenção, o diretor do SIS frisou que, no geral, o número de cidadãos que partem para a Síria para se juntar a organizações terroristas diminuiu “em mais de 50% no último ano”, apesar de sublinhar que “o número de indivíduos abertos à mensagem do radicalismo transmitida por recrutadores continua a aumentar”.

Neiva da Cruz afirma que agora “já não há apelos às viagens para a Síria”, onde o EI está a perder terreno, mas sim “à prática de atentados” nos países de origem.

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