Portugal vai enviar C-130 para o Haiti

Actualizada às 13h45

Portugal vai enviar para o Haiti um avião militar C-130 para auxiliar as operações de socorro que decorrem no país das Caraíbas, depois do sismo de terça-feira à noite, disse o ministro da Administração Interna, Rui Pereira. O presidente da República, Cavaco Silva, apelou à mobilização para a ajuda internacional àquela que é a nação mais pobre do hemisfério ocidental.

Depois da reunião de conselho de ministros desta quinta-feira, Rui Pereira disse que com o C-130 - que deverá «partir dentro de algumas horas, possivelmente amanhã» - irá uma equipa de auxílio humanitário. «Essa equipa compreenderá quatro elementos de comando e coordenação da Autoridade Nacional de Protecção Civil e 12 elementos da força especial de bombeiros, os ditos bombeiros canarinhos», explicou o ministro, referindo que integrarão ainda esta missão «uma pequena equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e também de medicina legal».

«Estes bombeiros vão montar no Haiti um acampamento com capacidade para socorrer até 750 pessoas», frisou o governante, dizendo que esta operação terá de ser articulada com as autoridades locais.

Antes destas declarações, o secretário Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho, dissera à agência Lusa, a partir de Rabat - onde está em visita oficial - que esperava que o C-130 fosse enviado «ainda hoje à tarde», com «32 elementos da Protecção Civil habilitados para responder a este tipo de emergência».

O secretário de Estado sublinhou que este se trata «de um apoio na ordem dos 400 mil euros». «É muito significativo à nossa escala», disse João Cravinho, referindo que o envio de ajuda está a ser articulado com a União Europeia e com a ONU, mas que está a «equacionar a possibilidade de enviar tendas, rações de combate e mantimentos para esta situação imediata».



Apelo presidencial

Cavaco Silva lançou esta quinta-feira um apelo para que haja uma mobilização internacional para auxiliar as vítimas do terramoto. «É tempo de o mundo se mobilizar no apoio humanitário aos haitianos e no apoio à reconstrução do Haiti», disse o Presidente da República, no início de uma visita ao Instituto de Odivelas.

Para o chefe de Estado esta trata-se de uma «catástrofe de dimensões trágicas» e de um «momento dramático» que exige um esforço concertado para minimizar as suas consequências.

«Quero congratular-me pelas iniciativas solidárias que têm surgido em Portugal, quer da parte de entidades privadas, quer públicas, manifestando toda a disponibilidade para apoiar as populações», salientou.