Ordem dos Médicos alerta para falta de recursos humanos no Amadora-Sintra - TVI

Ordem dos Médicos alerta para falta de recursos humanos no Amadora-Sintra

  • SL
  • 10 jul 2019, 15:49

Após uma visita ao hospital Amadora Sintra, o bastonário da Ordem dos Médicos queixou-se da falta de recursos humanos nos hospitais e das exigências que essas falhas colocam aos profissionais de saúde Miguel Guimarães acrescentou que no Amadora-Sintra faltam mais de 90 médicos

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, alertou hoje para a falta de recursos humanos no hospital Amadora-Sintra, nomeadamente anestesiologistas e obstetras, sublinhando que este cenário põe em causa a qualidade dos cuidados prestados.

Faltam, seguramente, mais de 90 médicos neste hospital de várias especialidades. Em termos de anestesiologistas foi-nos reportado que faltam pelo menos 10 e em termos de obstetras faltarão 15 e isto tem condicionado a capacidade de resposta nalgumas áreas”, apontou o bastonário.

Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas esta tarde, no final de uma visita ao hospital Fernando da Fonseca (conhecido por Amadora-Sintra), referiu que as vagas pedidas pela administração não estão a ser atribuídas, situação que “dificulta ainda mais o funcionamento” desta unidade de saúde, no distrito de Lisboa.

O bastonário apontou ainda para a necessidade de serem substituídos equipamentos hospitalares, nomeadamente ventiladores e o angiógrafo, já com 20 anos.

É um angiógrafo que já devia estar colocado de lado, dá imensos problemas. O conselho de administração garantiu-nos que será substituído a muito curto prazo”, apontou.

Os problemas de recursos humanos no hospital foram também relatados aos jornalistas pela anestesiologista Ângela Rodrigues, que se queixou da existência de pressões para reduzir o número de especialistas presentes nos serviços de urgência.

O serviço está a lutar para conseguir manter o número correto de elementos em serviço de urgências. Nós queremos que sejam quatro elementos presentes durante o dia e durante a noite, mas existem pressões para que sejam reduzidos para três”, lamentou.

Ordem dos Médicos diz que o SNS está ligado às máquinas

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, afirmou, esta quarta-feira, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está “ligado a um ventilador” e instou a ministra da Saúde a “bater o pé” ao colega das Finanças.

Nós temos uma deficiência grave no SNS. É como se o SNS tivesse ligado a um ventilador, mas esse ventilador são os profissionais de Saúde. É bom que a senhora ministra (Marta Temido) perceba isso e bata o pé ao ministro das Finanças (Mário Centeno) e explique que é preciso, de facto, investir mais”, defendeu o bastonário.

Miguel Guimarães, que falava a jornalistas após uma visita ao hospital Amadora Sintra, queixou-se da falta de recursos humanos nos hospitais e das exigências que essas falhas colocam aos profissionais de saúde.

Se amanhã estes profissionais deixassem de fazer serviço de urgência e horas extraordinárias o Serviço Nacional de Saúde fechava as portas e acabaria por desaparecer. Nós queremos um SNS para todos os portugueses e não para meia dúzia de portugueses”, observou.

O bastonário da OM alertou que a degradação do SNS está a “empurrar” cada vez mais utentes para os serviços de saúde privados e apelou para que a ministra da Saúde “lute pelo SNS no Conselho de Ministros”.

O número de portugueses que têm um seguro privado de saúde é de 35/40 por cento. Caminhamos para uma linha vermelha que não podemos ultrapassar. Aquilo que os portugueses querem é um SNS com melhor capacidade de resposta e é isso que a ministra da Saúde tem de oferecer”, sublinhou.

Presente nesta visita esteve também a Federação Nacional de Médicos, que através da sindicalista Guida da Ponte, lamentou o fracasso nas negociações entre os sindicatos e o Governo.

Após quatro anos de negociações não é aceitável que a ministra da Saúde não tivesse apresentado respostas. Não tivemos outras opções se não abandonar as reuniões. Não podemos enganar os colegas e fingir que está tudo bem, quando, na verdade, existe uma grave carência de recursos humanos”, atestou.

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