Smart shops: Governo proibiu 159 substâncias, mas já ha novas - TVI

Smart shops: Governo proibiu 159 substâncias, mas já ha novas

Em apenas um dia já surgiram novas substâncias psicoativas que não constam da lista

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O presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), João Goulão, afirmou esta sexta-feira que em apenas um dia já surgiram novas substâncias psicoativas que não constam da lista das 159 proibidas desde quinta-feira.

Um diploma publicado em Diário da República na quarta-feira, com entrada em vigor no dia seguinte, proibiu a venda, produção e publicidade a 159 substâncias que até aqui eram consideradas drogas legais e que eram vendidas em «smartshops» ou na Internet sob pretexto, por exemplo, de serem fertilizantes para plantas.

O diploma prevê também que sempre que exista suspeita de grave risco para a saúde num produto que possa ser considerado nova substância psicoativa, as autoridades devem analisá-lo e proibir a sua venda até se concluir se é ou não incluída nesta lista de produtos proibidos.

Falando à margem da apresentação III Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral em Portugal 2012, João Goulão reconheceu que estão sempre a surgir novas substâncias, razão por que se optou pela via da penalização (com coimas) e não pela criminalização.

«Desde o diploma já recebi a notificação de mais meia dúzia, e por isso estamos em alerta», afirmou João Goulão, reconhecendo que estas substâncias estão sempre a surgir e a «lista está sempre a crescer».

O responsável sublinhou que algumas destas substâncias têm riscos para a saúde superiores aos de algumas substancias ilegais.

«As outras [ilegais] são bem conhecidas, com estas não sabemos, é uma roleta russa e as coisas podem correr mal a toda a hora», afirmou, acrescentando que dos vários episódios agudos que dão entrada nas urgências, dois ou três já resultaram «em mortes confirmadas por perícia médico-legal, mas haverá certamente mais do que estas».

Satisfeito com o novo decreto-lei, João Goulão lembra que «com a existência das smartshops o próprio discurso preventivo estava dificultado».

O secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, presente também na cerimónia de apresentação dos resultados do inquérito, congratulou-se com o diploma, lembrando que as designadas (no estudo) como «legal highs», são agora «ilegal» e considerou que o mais importante é «contribuir para a formação e educação da população e jovens para deixarem de procurar estas substâncias altamente perigosas», noticia a Lusa.
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