Homem «passado da cabeça» confessa homicídio da ex-mulher - TVI

Homem «passado da cabeça» confessa homicídio da ex-mulher

Faca

Arguido está a ser julgado no Tribunal de Torres Vedras

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Um homem acusado de ter matado a ex-mulher com cinco facadas numa localidade de Sobral de Monte Agraço confirmou, esta segunda-feira, o crime no Tribunal de Torres Vedras, justificando-o com infidelidade e dívidas quando ainda eram casados.

O arguido, de 64 anos, confessou os principais factos da acusação do Ministério Público (MP), confirmando ao coletivo de juízes que, depois de em junho de 2012 a vítima ter saído de casa para se juntar com outro homem, ao fim de 34 anos de casamento, começou a ameaçar os filhos de que iria matar a mãe e, pelo menos duas vezes, passou a rondar a casa para onde aquela foi viver.

No dia 15 de março deste ano, deslocou-se à habitação da ex-mulher e encontrando-a sozinha a ver televisão no quarto desferiu-lhe pelo menos «um ou dois» golpes.

Apesar de ter planeado o crime, negou ao tribunal ter adquirido a faca com esse objetivo, pois já tinha na sua posse «há 15 anos para matar porcos e borregos».

«Estava passado da cabeça», afirmou, justificando o crime não só com a infidelidade da vítima, mas também com dívidas que teria deixado quando se separaram.

Sem prestar qualquer assistência à vítima, abandonou a casa, foi ter com um dos quatro filhos a quem confirmou o crime e foi entregar-se ao posto da GNR do Sobral de Monte Agraço na posse da arma branca e com vestígios de sangue nas mãos, na roupa e nas botas.

Nas alegações finais, a procuradora do MP, Ana Paula Silva pediu condenação por homicídio qualificado, não só por planear o crime com pelo menos um mês de antecedência, mas também por ter matado a ex-mulher «com a mesma faca que matava os porcos» e afirmar que «voltaria a fazer o mesmo».

Contudo, à semelhança da advogada de defesa, considerou que não existem provas quanto aos dois crimes de ameaças agravadas de que vem acusado, porque «não quis instrumentalizar os filhos com o objetivo de irem contar à mãe das ameaças».

A defensora, Marina Albino, alegou ainda que deve ser absolvido do crime de detenção de arma proibida e pediu que seja aplicada uma pena adequada, tendo em conta que «está conformado com a condenação e confessou os factos».

A leitura do acórdão ficou agendada para segunda-feira, às 09:30 horas.
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