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Freeport: ingleses enviam documentos

A TVI sabe que Sócrates continua a ser o principal suspeito para os ingleses

A polícia britânica vai enviar 25 volumes de documentação sobre o caso Freeport para juntar ao processo que está nas mãos da Procuradora Cândida Almeida.



A maior parte da documentação refere-se a transferências bancárias internacionais, entre todas as contas bancária tituladas ou co-tituladas pela empresa Freeport no Reino Unido com destino a Portugal ou a «offshores». A documentação crucial abrange o período de Janeiro de 2001 até Dezembro de 2002 e poderá permitir a identificação dos fluxos financeiros efectuados para alegados pagamentos corruptos.

A TVI sabe que, para os ingleses, o Primeiro-ministro José Sócrates continua a ser o principal suspeito.

Abre-se assim uma nova porta para se chegar ao rasto do dinheiro que terá sido utilizado para pagamento de «luvas». Os ingleses são peritos em «offshores» e dizem mesmo que são dos melhores do Mundo. Caberá depois aos peritos portugueses cruzar a informação.

A catalogação da documentação pode demorar dois a três meses. O departamento de peritagem financeira vai depois analisar os dados e fazer o cruzamento com o levantamento bancário feito em Portugal.

Para os inspectores da Polícia Judiciária (PJ) e os dois procuradores do Ministério Público (MP) que têm feito os interrogatórios, a nova documentação pode implicar o agendamento de novas inquirições a pessoas que tenham que ser interrogadas sobre movimentações bancárias suspeitas. Veja-se o caso de Júlio Monteiro, tio de José Sócrates, que, à saída do Tribunal de Cascais, confirmou nada lhe ter sido perguntado sobre «offshores».

Agora, com a documentação em Portugal, é possível que testemunhas já ouvidas venham outra vez a ser interrogadas. Isto quer dizer também que foi reatada a cooperação judiciária entre Portugal e o Reino Unido no caso Freeport.

A TVI sabe que o Departamento Central de investigação e Acção Penal (DCIAP) prepara-se também para enviar para os ingleses todo o material relevante investigado e apreendido em Portugal. Trata-se muito provavelmente do conteúdo dos últimos interrogatórios feitos a dois arguidos e a quatro testemunhas ouvidas nas últimas semanas, material apreendido durante as buscas e toda a documentação bancária acumulada durante a investigação do caso Freeport.
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