Hospital de Gaia pede batas e máscaras, comunidade adere e soma bolos, fruta e pão - TVI

Hospital de Gaia pede batas e máscaras, comunidade adere e soma bolos, fruta e pão

  • CE
  • 23 mar 2020, 16:52
Hospital

Rafaela Veríssimo, médica de medicina interna, contou que uma grande cadeia internacional de comida rápida está a oferecer refeições aos profissionaise que têm chegado ao hospital cabazes de fruta, tabuleiros de bolos, sacos de pão, bem como paletes de água e sumos, entre outros bens alimentares

Vários profissionais do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) recorreram às redes sociais para pedir máscaras, batas e viseiras, materiais que começam a chegar a par de tabuleiros de bolos, cabazes de fruta ou paletes de sumos.

O apelo, traduzido num vídeo de pouco mais de um minuto, começa com a imagem de uma ambulância e o texto vai passando de boca em boca entre médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica, deixando o exterior do hospital até chegar às salas de cirurgia.

Garantem: "Estamos todos motivados para vos ajudar nesta luta contra esta pandemia. Mas para isso precisamos que nos protejam". E por isso pedem: "Doações de máscaras, batas, fatos completos, ósculos e viseiras". Porque, acrescentam, "se os soldados da linha da frente" não estiverem protegidos "vamos cair todos".

Precisamos da ajuda de cada um de vocês. Doe o que puder. E por favor fique em casa. Agradecemos o vosso apoio! Obrigado por acreditarem em nós? Prometemos dar o nosso melhor! E? Fique em casa!" - termina o vídeo que está a ser partilhado por profissionais de saúde, comunidade e foi publicado na página de Facebook do conselho de administração do CHVNG/E.

Rafaela Veríssimo, médica de medicina interna, foi uma das profissionais de saúde de Gaia, distrito do Porto, que promoveu a ideia a par de colegas de especialidades como ortopedia ou anestesia.

Em declarações à agência Lusa, contou que as doações espontâneas de materiais de proteção individual começam a surgir e que a iniciativa está conciliada com o conselho de administração do CHVNG/E, fala em "défice grande de material" e da necessidade de "explicar à população que os profissionais de saúde pedem ajuda porque precisam de condições para continuarem a ajudar os doentes em segurança".

E já sentimos que a mensagem está a passar. Soube que várias fábricas estão a tentar redirecionar a sua produção para fazerem batas e máscaras, entre outros materiais. Já recebemos doações de luvas e a comunidade tem dado mostras de solidariedade incríveis", disse a médica à Lusa.

Comovida, Rafaela Veríssimo contou que uma grande cadeia internacional de comida rápida está a oferecer refeições aos profissionais de Gaia e que têm chegado ao hospital cabazes de fruta, tabuleiros de bolos, sacos de pão, bem como paletes de água e sumos, entre outros bens alimentares.

As pessoas procuram dar-nos conforto para continuarmos esta luta, para continuarmos a atender os doentes e a tratá-los", descreveu.

Já questionado pela Lusa, o conselho de administração do CHVNG/E apontou, sem adiantar números sobre o 'stock' existente nem estimativas sobre necessidades futuras, que "este pedido é essencialmente uma forma de antecipar as dificuldades que se avizinham, dada a fraca resposta dos mercados".

Continue a ler esta notícia