Dormir menos de seis horas é prejudicial para a saúde - TVI

Dormir menos de seis horas é prejudicial para a saúde

  • MP
  • 16 jan 2019, 10:46
Cama

Novo estudo indica que quem dorme menos de seis horas tem uma maior probabilidade de desenvolver problemas como a aterosclerose

Dormir pouco aumenta a probabilidade de se desenvolver problemas de saúde. Esta é a conclusão de um novo estudo, divulgado esta segunda-feira no Journal of American College of Cardiology.

De acordo com investigadores, quem costuma dormir menos de seis horas por noite tem uma maior probabilidade de ter aterosclerose - uma doença vascular crónica e progessiva. 

Este é o primeiro estudo a mostrar que o sono objetivamente medido é associado à aterosclerose em todo o corpo, não apenas no coração", afirmou o professor e nutricionista José Ordovás, investigador do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares Carlos III, de Madrid, e diretor de nutrição de um centro de investigação em nutrição humana da Universidade Tufts, em Massachussetts, citado pela BBC.

A investigação concluiu que quem dorme menos de seis horas têm mais 27% de probabilidade de ter aterosclerose em todo o corpo, comparativamente com quem dorme sete a oito horas por dia. Em relação à qualidade de sono, os que têm um mau sono têm mais 34% de probabilidade de ter esta doença do que aqueles que têm um bom sono. 

Há duas coisas que costumamos fazer todos os dias: comer e dormir. Sabemos há muitos anos a relação entre boa nutrição e saúde cardiovascular; no entanto, não sabemos tanto a relação entre o sono e a saúde cardiovascular", acrescentou o nutricionista José Ordovás.

 

Como chegaram a estas conclusões?

Os investigadores monitorizaram as rotinas de 3.974 adultos espanhóis, todos empregados na mesma instituição bancária e, por isso, com rotinas profissionais semelhantes. Os participantes eram maioritariamente homens, com uma idade média de 46 anos e não tinham nenhum historial de problemas cardíacos.

Mediante as horas de sono de cada um, a amostra foi dividida em quatro grupos: os que costumavam dormir menos de seis horas, os que dormiam de seis a sete horas, os que dormiam de sete a oito e, por último, agruparam aqueles que, geralmente, dormiam mais de oito horas. 

Foi-lhes pedido que utilizassem durante sete dias um aparelho que não só lhes monitorizasse constantemente todas atividades e movimentos realizados, como também medisse a rotina de sono de cada um. A cada participante foi feito um check-up ao coração - uma ultrassonografia cardíaca 3D e uma tomografia computadorizada cardíaca. 

Tendo por base esta monitorização, os especialistas estabeleceram uma distinção entre um bom sono e um mau sono. A qualidade das horas dormidas está relacionada com o número de vezes que uma pessoa acorda na mesma noite, assim como a frequência de movimentos que faz enquanto dorme. Ou seja, quanto mais vezes uma pessoa acorda e quantos mais movimentos faz, mais próxima está de um mau sono. 

É importante destacar isso: um sono mais curto, porém de boa qualidade, pode superar os efeitos prejudiciais da sua menor extensão", disse o cardiologista Valenti Fuster, diretor-geral do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares Carlos III e editor do Journal of American College of Cardiology.

E dormir demais? Será prejudicial? A resposta é sim. Os investigadores concluíram que, sobretudo as mulheres, aquelas que dormem mais que oito horas por dia, estarão igualmente mais vulneráveis à aterosclerose. Entre seis a oito horas foi o período estabelecido como sendo o tempo ideal para dormir.

Outros fatores prejudiciais

A juntar às poucas horas de sono e às horas de sono a mais, o consumo de álcool e o de cafeína estão igualmente relacionados com um sono de má qualidade. 

Se uma pessoa toma bebidas alcoólicas, ela pode acordar depois de um curto período de sono e ter dificuldade em voltar a dormir. E, quando consegue, geralmente é um sono de má qualidade", explicou José Ordovás. 

O café pode afetar o sono e aumentar, consequentemente, a vulnerabilidade perante doenças cardiovasculares. Porém, isto depende sempre do metabolismo da pessoa em questão.

"Se metabolizar o café mais rapidamente, isso certamente não irá afetar o seu sono (...) mas se o metabolizar lentamente, a cafeína pode afetar o sono e aumentar as probabilidades de doenças cardiovasculares", acrescentou o nutricionista. 

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