Militar da GNR no julgamento de Alcochete: "Fábio Coentrão era o jogador mais exaltado" - TVI

Militar da GNR no julgamento de Alcochete: "Fábio Coentrão era o jogador mais exaltado"

O terceiro militar a depor esta segunda-feira explicou em tribunal porque é que a guarda demorou tanto a ter acesso às imagens de videovigilância

O terceiro militar da GNR a depor esta segunda-feira em tribunal, no processo das agressões na Academia de Alcochete, disse que os jogadores estavam todos exaltados. Numa resposta a uma questão colocada por Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho, o cabo Santos admitiu que "Fábio Coentrão estaria mais exaltado".

O cabo Santos, testemunha no processo, estava com João Viegas de Matos, o segundo militar a ser ouvido esta segunda-feira. Foram a primeira patrulha da GNR a chegar ao local e, consequentemente, os primeiros elementos das autoridades a entrar na zona profissional, onde estão os balneários, da academia. 

Disse em tribunal que não conseguiram, num primeiro momento ter acesso às imagens de videovigilância, porque o chefe de segurança da academia não conseguia aceder.  Foram chamados técnicos da GNR e do Sporting para ajudar. Mas as imagens só chegaram às mãos da GNR às 05:00.Ricardo Gonçalves (chefe segurança da academia) disse ao militar, logo no início,  que havia uma ou duas câmaras que não estavam a funcionar por causa de problemas técnicos. 

As câmaras podem ser monitorizadas a partir do estádio de Alvalade. O cabo Santos disse que ficou com a suspeita de que não queriam mostrar as imagens. 

O militar fala de falha nas gravações das câmaras da academia e diz, no relatório, que o chefe de segurança Ricardo Gonçalves ficou surpreendido com o facto das câmaras terem parado de gravar as 17:18. 

A sessão desta segunda-feira do julgamento ficou marcada pela presença de Fernando Mendes, antigo líder da claque Juventude Leonina. Fernando Mendes não prestou declarações ao coletivo de juízes.

À saída do tribunal, Fernando Mendes, antigo líder da claque juventude Leonina e um dos 44 arguidos, disse aos jornalistas que se veio identificar e apresentar ao coletivo de juízes, uma vez que, até hoje, não tinha conseguido vir, devido a problemas de saúde.

O arguido referiu que, para já, não vai prestar declarações e que vai pedir dispensa ao tribunal para poder estar ausente das próximas sessões para se poder dedicar aos tratamentos clínicos a que está a ser sujeito por causa de uma leucemia.

Questionado como está a ver todo este processo, Fernando Mendes respondeu que “com preocupação e tristeza”, sobretudo no que diz respeito ao Sporting.

O atual líder da Juve Leo, Mustafá, o antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do clube, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.

Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o Ministério Público imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Estes 41 arguidos vão responder ainda por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de introdução em lugar vedado ao público.

Em 15 de maio do ano passado, durante o primeiro treino da equipa de futebol do Sporting, após a derrota na Madeira, cerca de 40 adeptos ‘leoninos’ encapuzados invadiram a Academia do clube, em Alcochete, e agrediram vários jogadores, bem como o então treinador, Jorge Jesus, e outros membros da equipa técnica,

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