Virgílio Abreu sobre invasão de Alcochete: "Vi uma tocha e o Bas Dost já com sangue" - TVI

Virgílio Abreu sobre invasão de Alcochete: "Vi uma tocha e o Bas Dost já com sangue"

  • 12 dez 2019, 12:03

O médico do Sporting voltou a referir, tal como Otávio Machado, a conversa entre o staff técnico e Bruno de Carvalho: “Não percebi a reunião”

Virgílio Abreu, médico do Sporting na altura dos incidentes, é uma das testemunhas ouvidas, esta segunda-feira, na 12ª sessão de julgamento do caso da invasão à Academia de Alcochete.

O responsável médico estava na academia leonina, aquando da invasão, mas explica que os suspeitos tinham sobretudo os jogadores como alvo.

Passam por mim, não me ligam nenhuma, e entram no balneário”, contou Virgílio Abreu.

O clínico do clube de Alvalade referiu ainda os ferimentos que Bas Dost sofreu durante a invasão e explicou que acabou por ficar a dar auxilio médico ao ponta de lança holandês.

Vi uma tocha e depois vi o Bas Dost,  que é muito alto, já com sangue. Assisti o Bas Dost, que estava no meio da confusão e tirei-o dali. Vi que estava ferido, e levei-o para a sala de pequenas cirurgias. Estava magoado fisicamente, mas também muito magoado psicologicamente e dizia: Como é possível virem a nossa casa e fazerem isto?”, garantiu o médico leonino.

A testemunha voltou a abordar a reunião de dia 14 de maio (dia que precede o ataque), à semelhança do que fez Otávio Machado no Tribunal de Monsanto. Abreu confirmou que vários elementos do staff técnico, bem como Bruno de Carvalho, estiveram presentes.


Não percebi a reunião. O presidente perguntou à equipa de apoio quem estava com a direção acontecesse o que acontecesse”, esclareceu Virgílio Abreu.

Segundo o clínico do Sporting, Bruno de Carvalho confirmou que iria estar na Academia no dia 15 de maio (dia da invasão), por volta das quatro da tarde. Algo que a testemunha confessou ter achado "estranho" e pediu a Frederico Varandas, diretor cliníno do Sporting na altura, que estivesse presente na Academia.

Disse ao Varandas: é melhor cancelares as consultas para estares lá amanhã [dia da invasão] também, é melhor estares lá presente. Reuniões com atletas, com treinador, achei tudo estranho e dúbio. Pensei, há qualquer coisa aqui que não joga bem ”, confessou o elemento do staff leonino.

Virgílio Abreu garantiu ainda que viu uma tocha ser arremessada e embater num dos preparadores físicos da equipa principal leonina Mário Monteiro.

A tocha atingiu o Mário Monteiro na zona da cintura”, explicou o médico do Sporting.

Virgílio Abreu admitiu não saber quem captou as fotografias que mostram os ferimentos a Bas Dost, garantindo apenas que “não foi Frederico Varandas” e “que havia várias pessoas na sala”.

O médico foi a única testemunha ouvida durante a manhã na 12.ª sessão do julgamento da invasão à academia ‘leonina’, em 15 de maio de 2018, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, com 44 arguidos, incluindo o antigo presidente do clube Bruno de Carvalho.

O julgamento prossegue à tarde com as inquirições do futebolista Daniel Podence, via Skype, e Ricardo Vaz, pessoa que telefonou para a portaria da Academia de Alcochete para avisar a chegada do BMW.

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