"Baleia Azul": jovem encontrada com ferimentos - TVI

"Baleia Azul": jovem encontrada com ferimentos

  • Laura Ravéra/ STS
  • 28 abr 2017, 12:09

Rapariga de 18 anos é ucraniana e está internada em estado grave depois de ser resgatada junto a uma linha férrea no Algarve

Uma jovem de 18 anos foi internada em estado grave no Hospital de Faro depois de se ter atirado de um viaduto. Na origem deste incidente estará o jogo online "Baleia Azul", que incita à auto-mutilação e ao suicídio, apurou a TVI. 

O alerta foi dado cerca das 2:00 da madrugada de ontem. A rapariga, de nacionalidade ucraniana, estava junto à linha férrea do Algarve, em Albufeira, a gritar por ajuda e apresentava ferimentos na cara e numa das pernas. Foi resgatada do local antes de ser colhida por um comboio. A jovem continua internada e está estável.

Os bombeiros depararam-se com a palavra "sim" escrita numa das pernas da jovem com uma navalha. Este tipo de mutilação no corpo é uma das etapas do jogo "Baleia Azul", que consiste na atribuição de 50 tarefas, a última das quais é o suicídio.

O jogo, que deve o nome ao comportamento suicida das baleias, já levou a várias mortes de adolescentes na Rússia e no Brasil e está a preocupar as autoridades em todo o mundo.

O psiquiatra Vítor Cotovio sublinha que é preciso abordar o tema com muita cautela. "É evidente que nós temos obrigação de falar disto  É evidente que temos de ser sensatos, serenos e lúcidos a falar de um tema que tem este risco tão grande como é este de levar as pessoas a atentar contra elas  próprias. Há um desafio até da Comunicação Social: como é que, ao mesmo tempo, cumpre uma função pedagógica, da qual não se deve demitir, mas o faz de forma a que o chamado efeito de contágio não seja catalizado. Essa sensibilidade é fundamental!"

Em casa, nós não temos alternativa. Temos de assumir claramente que temos de falar do tema. É claro que daria jeito que, a montante, os nossos filhos tivessem já algumas defesas, alguns recursos que lhes permitissem gerir os limites e perceber que nem tudo é legítimo", sublinha o especialista. 

 

É fácil nas redes sociais nós fazermos de conta. Verdadeiramente não integramos emoções, não as sentimos, não sentimos o outro não olhamos olhos nos olhos", acrescenta

Vítor Cotovio lembra dados da Organização Mundial de Saúde sobre os quais a sociedade deve refletir e que dão conta que, dos 15 aos 25 anos, a segunda causa de morte é o suicídio. O psiquiatra lembra também que o cérebro dos jovens só está completamente desenvolvido por volta dos 22 anos e só nessa altura terá plena capacidade de avaliar os riscos que o rodeiam, o que torna o papel dos adultos que os rodeiam ainda mais importante. 

Paula Oliveira, jornalista e chefe de redação da TVI sublinha a importância dos pais na prevenção destes casos: "É muito importante os pais monitorizarem as redes sociais dos filhos e conversarem com eles. A única solução é mesmo esta." 

 

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