A morte por suicídio, os nascimentos prematuros e o consumo de ansiolíticos e antidepressivos são o calcanhar de Aquiles do actual Plano Nacional de Saúde (PNS). Os números nestas áreas ficaram aquém das metas traçadas pelo governo, tendo mesmo crescido «no sentido contrário».
O índice de vítimas mortais de suicídio aumentou de 4,9 por 100 mil habitantes em 2001 para 5,7 em 2008, quando se esperava que diminuísse para os 2,5.
Também o consumo de ansiolíticos, hipnóticos e sedativos ultrapassou a meta traçada (92,5). Em 2001, o consumo situava-se nos 115,6 e subiu para 152,1 em 2008.
Para além destes, outros indicadores ficaram aquém da meta do PNS, como a «prematuridade, baixo peso e partos por cesariana», referiu a alta comissária da Saúde, esta terça-feira, no III Fórum Nacional de Saúde, que está a decorrer em Lisboa.
A par dos números negativos, Maria Céu Machado salienta os bons resultados atingidos: «85 por cento dos indicadores de mortalidade atingiram a meta, o que significa que se está a morrer menos em Portugal», refere a alta comissária para a saúde.
Desemprego pesa nas mortes por suícidio
De acordo com o economista e especialista em saúde, Jorge Simões, o aumento de suicídios causa «enorme preocupação». No entanto, ressalva Simões «é necessário olhar para o contexto económico» e para a «situação de depressão económica, o aumento de desemprego e de situações complexas do ponto de vista social» referiu.
Ainda assim, Jorge Simões considera os resultados positivos, referindo que é «necessário olhar com atenção e comparar os valores de 2008 com a média da União Europeia».
«E o que é facto é que, nessa comparação, nós saímos com resultados francamente positivos», afirmou o economista considerando que «talvez tenha havido demasiado optimismo quando foram fixadas algumas metas», referiu Jorge Simões.
Suicídio disparou nos últimos anos
- Redação
- CMM
- 9 mar 2010, 18:14
Taxa de consumo de antidepressivos e nascimento de prematuros aquém das metas traçadas no Plano Nacional de Saúde
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