Covid-19: Portugal deu 500 mil doses de AstraZeneca a pessoas abaixo dos 60 anos - TVI

Covid-19: Portugal deu 500 mil doses de AstraZeneca a pessoas abaixo dos 60 anos

Henrique Gouveia e Melo

Administração da segunda dose vai passar por um consentimento informado

A vacina contra a covid-19 da AstraZeneca foi administrada a 500 mil pessoas com menos de 60 anos, numa altura em que a recomendação das autoridades de saúde portuguesas é que este produto seja distribuído apenas aos maiores de 60 anos, grupo ao qual já foram distribuídas 300 mil doses daquela vacina.

Agora, e segundo o coordenador da task force de vacinação, é preciso perceber como serão distribuídas as segundas doses das referidas vacinas, o que deverá pelo consentimento informado das pessoas a quem elas vão ser administradas.

Se a pessoa achar que não quer tomar segunda dose [desta vacina], não dando consentimento informado, não irá para o fim da fila. Fica a aguardar até se encontrar uma solução técnica em termos de saúde pública para esta vacinação”, afirmou, frisando que ainda está a ser discutido se tal pode ou não ser feito com outra vacina.

Falando sobre as vacinas da AstraZeneca e da Janssen, Henrique Gouveia e Melo defendeu que a vacinação fora do limite de idade determinada para algumas vacinas, admitida em normas, não deve ser promovida pelas autoridades.

Há essa possibilidade e está a ser estudada. A única preocupação que deve ser tomada em conta é o facto de não devermos promover isso. A promoção desse tipo de atitude pode mais tarde reverter para o Estado uma responsabilidade”, afirmou.

Sobre esta matéria, Gouveia e Melo acrescentou ainda: “Uma coisa é as pessoas pedirem de forma voluntária e outra é nós promovermos esse mecanismo, incentivando, de alguma forma, esse tipo vacinação”.

O responsável sublinhou ainda que alguns países europeus retiraram a barreira dos 50 anos para a vacina da Janssen.

Adiantou que os dados de vacinação com esta vacina ainda estão a ser recolhidos e admitiu que “podem indicar que a barreira desapareça”.

Ficaria resolvido esse problema”, disse.

Portugal terá 96% da população mais vulnerável e em maior risco de desenvolver complicações graves relacionadas com a covid-19 vacinada na próxima semana, anunciou ainda o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.

O responsável respondeu desta forma às questões dos deputados, numa audiência que decorreu por Skype. A notícia surge numa altura em que Portugal se prepara para ter todas as pessoas com mais de 60 anos vacinadas com pelo menos uma dose, algo que deve ocorrer por volta da terceira semana de maio, o que vai de encontro à informação prestada pelo vice-almirante.

A taxa de letalidade da covid-19 nas pessoas mais idosas é muito superior em relação às outras faixas etárias, sendo que, do total de mortes causadas pela doença, a esmagadora maioria se verificou precisamente nas pessoas acima dos 60 anos.

Continue a ler esta notícia