Um só padre para 24 igrejas - TVI

Um só padre para 24 igrejas

  • Redação
  • - Marta Duarte (Agência Lusa)
  • 22 fev 2009, 12:36
Padre em Tavira

Pároco de Tavira tenta encontrar soluções para que pelo menos algumas das igrejas possam abrir ao público

O único padre de Tavira não tem mãos a medir para as mais de 20 igrejas que tem sob a sua alçada, a maior parte das quais fechadas por falta de pessoas que as guardem.

Sem pessoal para vigiar o património é difícil manter as igrejas abertas em segurança e sem outro pároco na cidade também se torna complicado desenvolver certas actividades religiosas.

No total, Tavira tem 37 igrejas, número que se explica pelas diversas ordens religiosas que ali se foram instalando, mas das mais de 20 que estão sob os comandos do padre Dinis Faísca, apenas três estão abertas.

Bolsa de voluntários para guardar as igrejas

Enquanto se desdobra em missas e eucaristias em algumas das igrejas das suas duas paróquias, o pároco tenta encontrar soluções para que, se não todas, pelo menos algumas das igrejas possam abrir ao público.

«É um património que está impossibilitado de ser visitado», lamenta, acrescentando que um dos projectos que tem em mente é o de criar uma bolsa de voluntários para guardar as igrejas.

Para lhe dar uma ajuda nas actividades religiosas da cidade, Dinis Faísca gostaria que houvesse pelo menos mais um padre, mas a dificuldade está justamente em encontrar padres disponíveis.

O pároco já chegou a ter que fazer quatro funerais num só dia e tem sempre uma agenda muito preenchida, pois além das celebrações, faz também atendimento às pessoas do município que o procuram.

«Não está cá mais ninguém porque não há», diz o pároco, em Tavira há cerca de cinco meses, e que fala num problema de fundo no sacerdócio relacionado com a «falta de vocações», que faz com que haja cada vez menos padres.

Contudo, no Algarve, o cenário não parece ser assim tão negro. Apesar da falta de padres, nos últimos anos tem havido um número significativo de ordenações, numa média de uma por ano, o que é «muito bom», diz o pároco.

«Dá-me a sensação que actualmente os jovens se questionam sobre a sua vocação mais tarde, temos casos de jovens que concluem as suas licenciaturas e só depois entram no seminário», sublinha.

Actualmente, das 24 igrejas que tem sob a sua alçada, apenas três estão abertas regularmente ao público - a de Santiago, a da Misericórdia e a Capela da Nossa Senhora da Consolação.

A igreja de Santa Maria também costumava estar, mas fechou recentemente para obras, depois de parte do telhado ter ruído, acrescenta o padre, que costuma abrir as outras ocasionalmente.

As 24 igrejas são tuteladas por diferentes entidades, sendo 13 das paróquias, quatro da autarquia, duas do Estado (uma delas da Segurança Social), duas de privados (pertencentes a cadeias de hotéis), duas da Santa Casa da Misericórdia e outra de uma ordem religiosa.
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