Telmo: «Fui o mais surpreendido» - TVI

Telmo: «Fui o mais surpreendido»

  • Portugal Diário
  • 16 fev 2008, 19:01
Telmo Correia em conferência de imprensa (Foto Lusa)

Ex-ministro do Turismo veio a público refutar notícias que o acusavam de ter assinado 300 despachos na véspera de ter saído do Governo. Afinal, só terá assinado 59 despachos quando esteve no Governo. Telmo Correia explica também polémica do Casino de Lisboa Santana acusado de mudar lei a favor do casino

[Actualizada às 22h40]

Telmo Correia veio, finalmente, a público para refutar as notícias que apontam para a assinatura de 300 despachos na véspera de ter saído do Governo. Também desmentiu ter favorecido a empresa Estoril-Sol no caso do Casino de Lisboa.

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Em declaração à imprensa neste sábado ao final da tarde, o ex-ministro do Turismo foi taxativo. «A notícia foi dirigida à minha credibilidade e fui de todos os portugueses o que fiquei mais surpreendido. Esse facto na minha memória não existia, pelo que procurei confirmar. Pedindo uma verificação do que tinha sido publicado pelo ministro do turismo, foram encontrados 39 despachos. Posteriormente, pedi oficialmente a possibilidade de fazer uma consulta dos meus despachos neste período e verifiquei que foram assinados 18 despachos na véspera da minha saída e todos por louvores».

«Feita a verificação desde as eleições até à minha saída totalizavam 59 despachos», frisou Telmo Correia, concluindo que a existência de 300 despachos «não tem nenhuma consistência, nenhuma veracidade».

«Desminto e volto a desmentir»

O ex-ministro do Turismo também falou do possível favorecimento ao Estoril-Sol. «Tem sido dito que eu teria decidido transferir a propriedade do casino de Lisboa do Estado para o Estoril-Sol. Na altura pedi apenas um parecer e depois assinei com visto, tomei conhecimento. Qualquer pessoa que tenha trabalhado no Governo sabe que quando é preciso aprovar algo escreve-se visto concordo, ou visto aprovo, não foi o que fiz. Senti que a dias da saída do Governo não deveria tomar uma decisão», frisou.

«De quem é propriedade? É da Estoril-Sol. Era da Parque-Expo e foi comprada pela Estoril-Sol, tratando-se de um edifício sem destino, que a empresa recuperou. O Estado exigiu, à cabeça, 30 milhões de euros de contra-partidas, numa série de investimentos na cidade de Lisboa», referiu.

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«Desminto e volto a desmentir a notícia do Expresso porque eu não favoreci uma entidade privada», declarou o ex-ministro do Turismo, explicando que a sua intervenção no processo não visou transferir a propriedade do Casino Lisboa para a Estoril-Sol, embora considere que a nova lei «é mais justa».

«A Lei Geral do Jogo é abstracta e mudou a questão do regime de reversibilidade para todos os casinos e não para este em especial», sustentou, acrescentando que, na altura, teve dúvidas sobre o processo e por isso não o homologou.

No entanto, o ex-ministro do Turismo recordou que o actual Governo, «pediu, e bem», à Procuradoria-Geral da República que se pronuncie sobre esta matéria. «Portanto vamos aguardar», afirmou, lembrando que «o Casino Lisboa foi um caso polémico e controverso desde o início» e que «chegou a ter quatro localizações diferentes».

Pedro Santana Lopes remeteu para domingo um comentário ao processo do Casino Lisboa.

Segundo o Expresso, a alteração à Lei do Jogo aprovada pelo Governo de Santana Lopes integra a «filosofia» de uma proposta feita pela Estoril-Sol e que o executivo PSD/CDS-PP a terá aceite para impedir que o edifício do Casino Lisboa revertesse para o Estado.
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