Professores e Governo voltam às negociações - TVI

Professores e Governo voltam às negociações

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  • 7 set 2018, 07:43
Professores em protesto

É sem alterações de posição no braço-de-ferro que dura desde novembro de 2017 que as partes voltam a sentar-se à mesa para tentar encontrar um consenso para a contagem do tempo de serviço, com uma ameaça de greve dos docentes em cima da mesa

Com uma ameaça de greve em cima da mesa caso tudo falhe hoje, sindicatos de professores e Governo voltam a tentar um consenso para a contagem do tempo de serviço que as posições públicas recentes não permitem antever. 

É sem alterações de posição no braço-de-ferro que dura desde novembro de 2017 que as partes voltam hoje a sentar-se à mesa, pelas 15:00, no Ministério da Educação, depois de um breve interregno nas negociações, em julho, para apurar numa reunião técnica os custos reais e impacto orçamental das reivindicações dos professores.  

Dias depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter acusado os sindicatos de manterem um "finca-pé" nas negociações com uma posição e reivindicações que não podem ser aceites pelo Governo, a Fenprof respondeu levando, na quarta-feira, para a rua os seus dirigentes que em desfile se dirigiram ao Terreiro do Paço, onde o primeiro-ministro tem temporariamente a sua residência oficial, para entregar uma moção que exige a contagem integral do tempo de serviço congelado, ou seja, os nove anos, quatro meses e dois dias, deixando a garantia de que se a reunião de hoje não tiver resultados os professores voltam à greve já em outubro, admitindo ainda outras formas de luta já em setembro. 

Entre as contas dos sindicatos e as contas do Governo vão 445 milhões de euros de diferença: a contagem do tempo de serviço custa 180 milhões de euros se for aceite a proposta da tutela de contabilizar apenas dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço, ou 635 milhões se for aceite a reivindicação dos sindicatos. 

A contagem do tempo de serviço dos professores para efeitos de progressão salarial promete marcar a agenda política nos próximos meses, com ênfase no período até à aprovação do próximo Orçamento do Estado, para o qual os sindicatos prometem luta se o Governo não ceder às suas exigências, tendo já um calendário de manifestações, greves e outras ações delineado até à votação final.

O Bloco de Esquerda, pela voz do seu líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, já prometeu que se o Governo continuar a "empurrar para a frente" o problema, o Bloco "resolve de vez" a questão no Orçamento do Estado para 2019.

Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu que não vai condicionar a sua votação do próximo orçamento à contagem do tempo de serviço dos professores.

Para a reunião foram convocadas as dez estruturas sindicais que subscreveram a declaração de compromisso assinada a 18 de novembro com o Governo, entre as quais as duas federações -- Fenprof e FNE -- ficando de fora o recém-criado Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.), que acusou o Governo de "discriminação política" ao excluir a estruturas da mesa de negociações na qual já teve assento em reuniões anteriores.

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