RASI: regresso de jihadistas portugueses preocupa autoridades - TVI

RASI: regresso de jihadistas portugueses preocupa autoridades

Estado islâmico

A potencial chegada de combatentes do Estado Islâmico ainda é a “principal ameaça à segurança europeia”, revela o relatório publicado esta quinta-feira. Portugal continua a ser uma plaforma de apoio para terroristas e não está imune à ameaça da Al Qaida

O potencial regresso de jihadistas portugueses, com altos cargos na estrutura de comando do Estado Islâmico, a território nacional ou europeu está a preocupar as autoridades. O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), publicado esta quinta-feira, revela que a ameaça terrorista em Portugal é moderada, mas lembra que as atuais ameaças, como o crescimento da Al Qaida, não devem ser desvalorizadas.

A permanência de um grupo de indivíduos com nacionalidade portuguesa na região de conflito sírio-iraquiana associada ao GEI e ocupando lugares destacados estrutura hierárquica da organização, mantém-se como fator de preocupação acrescida, sobretudo em caso do potencial regresso a Portugal ou a qualquer outro país europeu”, lê-se no relatório.

O relatório diz mesmo que o regresso Europa dos combatentes estrangeiros que estão na Síria e no Iraque são a “principal ameaça à segurança europeia”. Uma ameaça que não esmorece pelos últimos sucessos no combate ao Estado Islâmico, uma vez que o futuro também está a preocupar as autoridades.

A presença de crianças e adolescentes numa zona de conflito consiste (…) a prazo, uma preocupação de índole social e humanitária, mas também securitária, neste caso pela possibilidade de regresso à Europa de jovens sem antecedentes, mas, todavia, já enformados pela ideologia jihadista e expostos durante anos à violência da organização terrorista Estado Islâmico, considerando as suas práticas como normais, legítimas e adequadas”, diz o relatório.

O RASI acrescenta que doutrinação dos jovens é uma das funções mais importantes para os terroristas “por constituírem a reserva geracional que poderá assegurar a sua subsistência no tempo”.

Em 2017, os indícios que apontam para a possibilidade de atentados em Portugal não foram “agravados”, nem foram detetadas “referências específicas ao nosso país na propaganda difundida pelos grupos e organizações terroristas”, diz o relatório, que, no entanto, é claro a afirmar que Portugal não está “imune” e que continua a ser uma plataforma de trânsito e apoio logístico para o recrutamento de jihadistas.

O risco de um atentado em Portugal ou na Europa não diminui no último ano mesmo depois da queda de Raqqa que apesar de ter “um simbolismo ímpar”, não deve levar a um “prognóstico de neutralização total” ou de “alívio de riscos”.  A prova disso mesmo é o facto de, em 2017, terem sido registados 25 ataques terroristas na Europa.

Para além da ameaça do Estado Islâmico, o RASI alerta também para os perigos da Al Qaida que, em 2016 e 2017, chegou “a um nível sem precedentes”, salientando que “Portugal não está imune a estes fenómenos”.

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