Sida: medo impede portugueses de fazer o teste - TVI

Sida: medo impede portugueses de fazer o teste

Dia Mundial da Sida (Foto Lusa/EPA)

Estudo mostra que em Portugal ainda há falta de informação sobre a doença. Vírus já infectou mais de 33 mil portugueses desde 1983

Quatro em cada cinco portugueses admitem que o medo do diagnóstico impede as pessoas de realizarem os testes para a detecção da Sida, revela o estudo «A opinião Pública Portuguesa e a Sida - Ultrapassar a Era do Medo», realizado pelo Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa.

«É muito próprio da nossa cultura. As pessoas querem ter boas notícias, querem que só aconteça aos outros», sublinha ao DN Castro Caldas, director do instituto.

Oitenta por cento dos inquiridos associam a doença ao medo e «este sentimento é capaz de impedir as pessoas de irem ao médico só para não se confrontarem com eventuais resultados», adiantou ao jornal a mesma fonte. Até porque 43 por cento consideram ser esta uma doença grave, só ultrapassada pelo cancro.

Carlos Castro refere que é impossível contabilizar a população que já fez os testes do VIH, até porque, paralelamente aos que têm receio de os fazer, há quem os realize compulsivamente.

Contudo, segundo a Organização Mundial de Saúde, as análises voluntárias combinadas com um tratamento anti-retroviral imediato, se o diagnóstico é positivo, reduziriam drasticamente os casos de sida em dez anos.

Segundo o mesmo estudo, há ainda um desconhecimento da população face aos comportamentos de risco. 77 por cento do portugueses associam o risco da Sida às relações sexuais não protegidas, mas apenas 14 por cento consideram que a multiplicidade de parceiros aumenta os riscos de contágio.

O Dia Mundial da Sida assinala-se esta segunda-feira pela vigésima vez em todo o mundo, uma efeméride que visa lembrar uma infecção que já atingiu mais de 33 mil pessoas em Portugal desde 1983.

Este ano, o lema das comemorações é a liderança, numa referência à importância de envolver os líderes políticos no combate à sida e, nomeadamente, para que estes assumam os compromissos assumidos para 2010 de garantir o acesso universal à prevenção e ao tratamento.

Em Portugal, aproveita-se o dia para destacar o papel das Organizações Não-Governamentais, em especial na prestação de cuidados e apoio social às pessoas que vivem com a infecção.
Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE