Durante as alegações finais, a procuradora do MP requereu a pena máxima para o alegado líder do grupo, um ex-empresário de Vila Nova de Gaia, Porto, por já ter cumprido pena pela prática de outros crimes, entendendo que tal “não lhe serviu de emenda”.
O grupo de 45 arguidos - acusado pelos crimes de associação criminosa, furto, recetação, branqueamento, falsificação de documentos e posse de armas proibidas - terá assaltado, no norte e centro do país, dezenas de pesados, reboques, semirreboques e tratores e furtado toneladas de artigos que, depois, foram vendidos a recetadores, entre 2011 e 2012.
Os camiões TIR, de empresas nacionais e estrangeiras, eram sempre assaltados quando estavam estacionadas em áreas de serviço, sendo o prejuízo superior aos dois milhões de euros, segundo a acusação do MP.
O `modus operandi´ era sempre igual: uns elementos do grupo procuravam e sinalizavam os alvos e outros furtavam a carga e vigiavam a operação para garantir que não havia operações policiais.
O presumível cabecilha do grupo terá criado uma pequena empresa de fabrico de tapetes para faturar e vender as cargas furtadas, que ia desde bacalhau, leite, produtos de higiene, água, ferramentas, instrumentos musicais a tijolos, acredita o MP.
A PSP realizou cerca de 100 buscas domiciliárias, apreendendo agendas, documentos, armas, munições, camiões, semirreboques e carros viciados.
“No armazém do arguido que acreditamos ser o líder não cabia nem mais uma rolha de tal cheio que estava”, frisou a procuradora do MP.
A prática destes crimes levaram ao fecho de “várias” empresas por dificuldades, após o roubo dos camiões ou das mercadorias, alguns nunca recuperados, disse.
Acrescentando que “deixaram ainda má imagem de Portugal no estrangeiro”.
Segundo o MP, este processo “peca por excesso de prova”, desde “inúmeras” escutas telefónicas, impressões digitais em chapas de matrículas, vigilâncias, imagens de videovigilância dos locais dos furtos.
Dado o número de arguidos, as alegações finais continuam a 12, 17 e 23 de novembro.