Rei Ghob: mãe de vítima reconhece fotos da filha - TVI

Rei Ghob: mãe de vítima reconhece fotos da filha

Francisco Leitão, conhecido como rei Ghob

Imagens estavam no computador de Francisco Leitão

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A mãe de Joana Correia, a última das alegadas quatro vítimas de Rei Ghob, reconheceu esta segunda-feira, no tribunal de Torres Vedras, várias fotografias da filha encontradas pela Polícia Judiciária no computador do arguido.

As fotografias «foram tiradas por ela [Joana] no telemóvel e tem-nas no computador», disse Fátima Silva, quando confrontada pelos juízes com fotografias encontradas no computador de Francisco Leitão e apreendidas pela PJ.

A mãe afirmou ainda que a filha tinha dado o código do seu telemóvel ao arguido, para explicar o facto de, após o seu desaparecimento a 3 de Março de 2010, terem sido enviadas diversas mensagens para a família de alguém que se fez passar pela Joana.

Tal como explicou o pai de Joana, Sabino Correia, a mãe explicou que, ainda em Outubro de 2009, Joana se tinha esquecido do telemóvel no veículo do arguido, que o devolveu dias depois num encontro combinado com ela e os pais, que nessa ocasião o conheceram.

Nessa altura, o arguido apareceu acompanhado de vários menores, levando o pai da vítima a perguntar «o é que uma pessoa com a idade dele andava a fazer com miúdos» e a pedir-lhe para que não estivesse com a filha.

Ambos relataram em tribunal que, dias após o desaparecimento da filha, Francisco Leitão se deslocou a sua casa e «deu a entender que seria bom carregar o telemóvel da Joana caso tivesse fora do país», referiu Fátima Silva.

Nessa ocasião, o arguido escreveu em papel algumas informações, tal como o número de contribuinte do pai de Joana, proprietário do telemóvel da menor, contou Fátima Silva.

Três dias depois do desaparecimento da filha, e na madrugada após o arguido ter estado em sua casa, o casal recebeu uma mensagem do telemóvel da filha.

«Recebemos uma SMS dela a dizer que estava em França. Estranhámos logo porque ela escrevia "ok" e não "okey" como estava escrito. Pensámos logo que a mensagem não tinha sido escrita por ela», explicou o pai, para quem não seria normal a filha se ausentar sem levar «o carregador do telemóvel e as pinturas» e sem se manter contactável.

A mãe de Joana relatou ainda ao tribunal que Francisco Leitão terá sido auxiliado por mais duas pessoas no desaparecimento da filha, uma vez que ela, a filha Cátia e uma amiga da Joana (Beatriz) receberam uma chamada do mesmo número de telefone internacional, sem que alguém tivesse proferido qualquer palavra.

À saída do tribunal, o seu advogado, Emanuel Esteves da Mota, disse aos jornalistas que «apesar da emotividade, ambos conseguiram esclarecer o tribunal».

Na sessão desta segunda-feira, que terminou às 17:45, foram ainda ouvidos os pais de Ivo Delgado, outra das alegadas vítimas, desaparecidas em Junho de 2008. A segurança foi reforçada para não haver qualquer tentativa de aproximação pelos familiares das vítimas ao arguido.

À saída de sessão, as advogadas Brígida Henriques e Cláudia Gomes declararam que, apesar da dificuldade em recordar acontecimentos ocorridos em 2008, os pais estavam a «iniciar um capítulo que queriam ver encerrado» com a descoberta da verdade sobre o desaparecimento do filho.

«Eles acreditam na justiça e que vai ser aplicada uma pena justa», afirmaram as advogadas.

O julgamento prossegue na terça-feira, com a audição das primeiras testemunhas, na sua maioria familiares ou amigos das vítimas.
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