Jovens: o Estado deve dar-lhes futuro ou eles próprios podem criá-lo? - TVI

Jovens: o Estado deve dar-lhes futuro ou eles próprios podem criá-lo?

Programa “A Caminho das Legislativas”, na TVI24, debateu o mercado de trabalho para a geração mais bem qualificada de sempre, bem como tema incontornável da emigração. E as aspirações e frustrações de quem tem, cada vez mais, o mundo como porta onde bater #legislativastvi24

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Três intervenientes: uma finalista de arquitetura, um professor universitário de Finanças e uma empreendedora. O programa “A Caminho das Legislativas” desta quinta-feira, 21 de maio, na TVI24, quis responder à pergunta " Que futuro para os jovens portugueses?". Serão eles os protagonistas do país, que têm, ou deveriam ter, peso nos caminhos que Portugal vai traçando. Muitos emigram porque não encontram alternativas “dignas”. Outros porque querem. Ou as duas coisas juntas.
 
O professor da Nova SBE Pedro Santa Clara foi quem apresentou um discurso mais otimista:  “Esta é uma geração que tem de repensar o mundo. Vejo uma geração extraordinariamente  bem preparada, ambiciosa e que tem mundo. Esta é uma diferença grande [em relação ao passado], deixou de se focar apenas em Portugal, o mundo de oportunidades é, pelo menos, a Europa. Isto para mim é bom”, afirmou.
 
Contra aquilo que chama de "ideia do Estado-mãezinha” e da “maldição dos subsídios”, defendeu que compete aos jovens irem atrás do seu próprio sucesso, até porque ter uma licenciatura, hoje em dia, não é “passaporte para um emprego diferenciado”.

"Compete ao Estado criar um emprego quando não há procura de mercado? Houve algum subsídio estatal para criar a Apple ou o Facebook? Posso escolher ser poeta, por vocação, mas não é dever do Estado empregar-me só por ter o canudo de poeta”


A jovem estudante Inês Reis, finalista de arquitetura, discordou da visão do professor. “Não concordo quando diz que quase temos de escolher um curso pelas estatísticas (…). Com 15 anos quando escolhi área de estudo não queria saber da empregabilidade". E, para além disso, "se cá dentro não nos dão valor que merecemos, temos todo o direito de procurar noutro sítio".

A jovem não vê o seu futuro passar por Portugal, em parte porque quer “mundo”, em parte porque sente que o país não lhe vai dar as condições que ambiciona. “Se quisesse um estágio de 500 € conseguia, mas a minha dignidade aí”, nesse patamar, considerou. Sem dramatismos, defendeu;

"Somos uma geração do mundo, não sabemos o sítio, mas sabemos que vamos ser mais felizes lá"


Já a empresária Maria Joelle, que fundou há um ano a Glocal Team, sempre apostou numa conciliação entre os estudos e o trabalho, fazendo questão de ter uma formação atualizada.

Lembrou a vida dura dos avós e o exemplo de trabalho como emigrantes. Pedro Santa Clara  aproveitou a deixa para frisar que a geração dos avós "fugiu da fome", esta geração “emigra para obter melhores oportunidades de trabalho".
 
Maria Joelle aconselhou, ainda, os jovens empreendedores a seguirem o lema da “união faz a força”, estabelecendo parcerias entre empresários como alternativa à falta de financiamento estatal.

​Veja também - Reportagem: a geração jovem que já se sente velha


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