Transplantação de órgãos: "Recuperação da atividade está a ser feita de forma lenta" - TVI

Transplantação de órgãos: "Recuperação da atividade está a ser feita de forma lenta"

Cirurgias de transplantação diminuíram 52% entre março e junho em comparação com o ano passado

Comemora-se esta segunda-feira o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação. Aproveitando a celebração da data, o Diário da Manhã recebeu Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT).

A pandemia de Covid-19 obrigou ao cancelamento ou à suspensão de muitas cirurgias, entre as quais estão vários transplantes. Com efeito, houve uma diminuição de 52% neste tipo de operações entre março e junho, em comparação com o período homólogo. Em 2019 houve 207 transplantes, enquanto em 2020 foram apenas 147.

Susana Sampaio refere que a queda na realização de transplantes e no número de doações era expectável. Ainda assim, e apesar de haver um recomeço da atividade, a especialista diz que o regresso deste tipo de cirurgias está a ser feito de forma "algo lenta".

A atividade na área da transplantação ainda está bastante reduzida", afirma.

Questionada sobre quais os transplantes mais afetados, Susana Sampaio afirmou que, no geral, todos sofreram com a diminuição da atividade, ainda que as operações urgentes, como a transplantação de órgãos vitais, não tenha sido suspensa.

Para recuperar a atividade normal, a presidente da SPT sugere olhar para as outras atividades, como forma de verificar quais os métodos aplicados para um regresso em segurança.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), o Governo instituiu esta data como forma de "reconhecimento aos dadores e famílias, aos profissionais de saúde, assim como para recordar à sociedade que a doação de órgãos ajuda a salvar a vida ou contribui para melhorar a qualidade de vida de muitos doentes, tornando, assim, mais conhecido o seu significado".

O primeiro transplante de órgãos em Portugal foi realizado com um rim de dador vivo, a 20 de julho de 1969, nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Em 1980 foram feitos os primeiros transplantes com rim de dador falecido.

Sucederam-se outros transplantes de órgãos, como fígado, coração, pâncreas ou pulmão, tendo sido ainda realizadas cirurgias de transplantação de tecidos e células.

Nos últimos 30 anos a transplantação em Portugal tem tido um desenvolvimento notável, assistindo-se a um aumento progressivo dos níveis de doação e a uma evolução técnica e organizacional que colocaram Portugal na vanguarda da transplantação mundial", nota a DGS.
 

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