A Madeira vai dispor de uma nova plataforma de transporte público semelhante à UBER, mas operada por taxistas, anunciou esta sexta-feira o núcleo regional da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas.
"A plataforma vai oferecer as mesmas condições que a concorrência", disse Eusébio Gomes, responsável pelo setor dos táxis na confederação, vincando que o preço a praticar será também igual ao da UBER, empresa que entrou em funcionamento na região autónoma em 21 de novembro de 2019.
Eusébio Gomes fez o anúncio numa conferência de imprensa no Funchal, onde manifestou, por outro lado, descontentamento com o desempenho da AITRAM - Associação Industrial de Táxi da Região Autónoma da Madeira - na defesa da classe.
O responsável indicou que o novo serviço será introduzido no arquipélago "dentro de uma ou duas semanas", mas não adiantou o nome da empresa.
Eusébio Gomes disse também que será realizada uma assembleia aberta a todos os profissionais de táxi para expor o projeto.
Por outro lado, o coordenador do núcleo da Madeira da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, Paulo Ricardo Azevedo, lamentou a "desorganização bastante grande" que ocorre no setor dos táxis na Madeira, mas sublinhou que não pretende "fazer concorrência" à AITRAM.
A AITRAM faz o seu trabalho, nós iremos fazer o nosso. Não estamos aqui para fazer concorrência à AITRAM, estamos aqui para defender os nossos associados", afirmou, indicando que a confederação conta com três dezenas de taxistas associados.
O número de licenças de táxi na Madeira é atualmente cerca de 800.
Paulo Ricardo Azevedo salientou que a Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas, cujo núcleo regional foi reativado há um ano, pretende estabelecer contactos com o poder político, no sentido de o pressionar a impor um limite ao número de viaturas da UBER, bem como à entrada de novas empresas.
Por outro lado, defende a redução da taxa de combustível aplicada aos taxistas, considerando que, embora façam menos quilómetros do que ao nível nacional, registam consumos superiores devido à orografia da região.