Absolvido suspeito de atear quatro incêndios em Oliveira do Bairro - TVI

Absolvido suspeito de atear quatro incêndios em Oliveira do Bairro

  • 26 abr 2017, 16:36
Incêndio

Tribunal de Aveiro ilibou arguido, que estava com pulseira eletrónica, por falta de provas. Tinha em casa 30 metros de rastilho que, segundo o advogado de defesa, pertenceriam ao padrasto que era fogueteiro

O Tribunal de Aveiro absolveu esta quarta-feira por falta de provas um homem, de 27 anos, acusado de ter ateado quatro incêndios florestais em Oliveira do Bairro, em 2016.

Durante a leitura do acórdão, o juiz presidente disse que o tribunal "ficou com dúvidas quanto ao modo e autoria dos incêndios", não podendo concluir com segurança que o arguido tenha cometido os crimes de que estava acusado.

Após a leitura do acórdão, o juiz presidente declarou extinta a medida de coação de prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, a que o arguido estava sujeito.

"Não foi feita prova"

À saída da sala de audiências, o advogado Paulo Guilherme Martins, que representou o acusado, disse que se fez justiça, adiantando que esta era a decisão que esperava.

Se existiam na altura um conjunto forte de indícios, que inclusivamente levaram o meu cliente a ser detido preventivamente, o certo é que em sede de julgamento não foi feita prova absolutamente nenhuma de que fosse ele que cometeu estes crimes de que vinha acusado", disse o advogado.

O causídico realçou ainda que o seu cliente "foi vítima de várias coincidências". Uma das quais foi um rastilho que pertenceu ao padrasto, um antigo fogueteiro entretanto falecido, que foi encontrado pela Polícia Judiciária na casa onde vivia com a mãe, em Vagos.

As pessoas às vezes guardam coisas em casa do mais esquisito que pode existir e isto levou a que o tribunal criasse uma suspeita forte sobre o meu cliente", disse Paulo Guilherme Martins, adiantando que foram feitas provas periciais que permitiram concluir que o rastilho "era muito antigo".

Incêndios ameaçaram pessoas

Os incêndios deflagraram na segunda quinzena de julho e nos primeiros dias de agosto de 2016, na localidade de Bustos, no concelho de Oliveira do Bairro.

Segundo a acusação, os focos de incêndio em causa ocorreram em zonas de pinhal e eucaliptal, pondo em risco também as habitações existentes junto da mancha florestal.

A Polícia Judiciária encontrou na residência do arguido cerca de 30 metros de rastilho ou cordão lento, que poderia ser utilizado para a fabricação de engenhos incendiários como meio de ignição ao retardador.

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