Açores: Médico condenado por abuso de crianças - TVI

Açores: Médico condenado por abuso de crianças

Justiça

A pena é de quatro anos, com pena suspensa. Tribunal acredita que actuação do médico «tenha sido um acidente na sua vida»

Um Tribunal de júri, em Vila Franca do Campo, Açores, condenou esta quinta-feira a quatro anos de prisão, com pena suspensa, um médico acusado de abuso sexual de duas crianças, entre 2004 e 2006.

Além de um crime continuado de abuso sexual de crianças (três anos de prisão), o médico de clínica geral, natural da ilha de São Miguel, foi também condenado por um crime de abuso sexual de crianças (1 ano e 8 meses de prisão), o que resultou numa pena única de quatro anos.

O Tribunal decidiu absolver a mãe e a avó das vítimas, que estavam acusadas de omissão do dever de vigilância das crianças.

De acordo com o tribunal, não ficou provado que as arguidas sabiam os fins para que as menores estavam a ser usadas e da convivência com o arguido, permitindo a continuação das práticas sexuais.

Durante o julgamento, o médico que exerce há mais de 20 anos, e a trabalhar no continente, confessou a quase totalidade dos factos, mostrando-se arrependido e envergonhado.

Este caso remonta a 2004, quando o clínico se deslocava a São Miguel para passar férias, tendo a partir daí mantido contacto regular com as vítimas, oferecendo-lhes presentes e ajudando-as monetariamente.

Na fixação da pena, o Tribunal teve em conta o facto de «não se ter apurado especiais sequelas para os menores», a confissão do arguido, o seu arrependimento e ausência de antecedentes criminais.

Por tudo isto, o Tribunal entendeu que a actuação do médico «tenha sido um acidente na sua vida», e que «a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição».
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