Alegado mandante de carjacking em Aveiro reclama inocência - TVI

Alegado mandante de carjacking em Aveiro reclama inocência

Justiça (arquivo)

Arguido diz que "não sabia" o que os outros dois suspeitos faziam

O alegado mandante de vários roubos pelo método de carjacking, ocorridos há quase um ano, em Aveiro, negou hoje qualquer participação nos crimes, no início do julgamento, no tribunal daquela cidade.

"Isso é tudo mentira. Não sabia o que eles faziam, porque se soubesse não os queria na minha casa", disse o arguido, reclamando a sua inocência.


Esta versão foi corroborada pelo arguido mais velho, que confessou ter praticado os crimes juntamente com o terceiro acusado.

Perante o coletivo de juízes, disse que a ideia dos roubos foi do seu cúmplice, o qual o teria ameaçado, durante o tempo em que estiveram na cadeia, para acusar o principal arguido.

Apesar de inicialmente ter dito que não queria falar, o terceiro acusado acabou por pedir ao coletivo de juízes para prestar declarações na próxima sessão do julgamento.

Entre os arguidos, está ainda a mulher do alegado mentor dos assaltos, que optou por se remeter ao silêncio.

Os três homens, com idades entre os 34 e 37 anos, estão acusados de duas dezenas de crimes de sequestro, roubo e coação. O alegado mentor dos assaltos está ainda indiciado por um crime de recetação, em coautoria com a sua esposa, que também responde por um crime de auxílio material.

Os roubos, que ocorreram entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015 na cidade de Aveiro e em freguesias limítrofes, foram praticados sempre de noite e tinham como alvo pessoas que estivessem a fazer levantamentos em caixas multibanco ou que se dirigissem para os seus veículos estacionados.

No despacho de acusação do Ministério Público (MP) são identificadas nove vítimas.

Segundo o MP, o principal arguido teria convencido os outros dois homens, toxicodependentes, a fazer "uns trabalhos" para si, em troca da droga para o seu consumo diário.

De acordo com a investigação, estes dois homens abordavam as vítimas, previamente selecionadas, e sob ameaça de arma de fogo apoderavam-se das suas viaturas, mantendo-as no seu interior.

As vítimas eram depois obrigadas a revelar os códigos secretos dos cartões multibanco para serem efetuados levantamentos em caixas ATM.

O dinheiro obtido era depois entregue ao alegado mentor que acompanhava a dupla à distância, dando-lhes algumas indicações acerca dos locais onde deveriam fazer os levantamentos e onde deveriam deixar sair as vítimas.

As viaturas roubadas eram abandonadas em locais ermos, depois de os assaltantes terem retirado todos os objetos de valor que se encontrassem no seu interior.

Em duas das situações, os suspeitos chegaram a entrar na casa das vítimas para se apoderarem de todos os objetos de valor que encontrassem.

A dupla de assaltantes foi detida em janeiro passado e cerca de cinco meses depois a Polícia Judiciária deteve o terceiro suspeito. Os três homens encontram-se em prisão preventiva.
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