Condenada mãe que mordeu e causou lesões graves a bebé - TVI

Condenada mãe que mordeu e causou lesões graves a bebé

Crianças

Menino de 14 meses foi salvo no Hospital de Santa Maria, onde chegou com lesões graves. Mãe dizia que tinha caído da cama. Tribunal de Santarém considerou que não mostrou qualquer "arrependimento, preocupação ou compaixão”

O Tribunal de Santarém condenou a seis anos e oito meses de prisão a mulher que causou lesões graves ao filho de 14 meses, alterando a natureza do crime de que vinha acusada, de maus tratos para violência doméstica.

No acórdão, lido quarta-feira e consultado pela agência noticiosa Lusa, o coletivo de juízas considerou a versão apresentada pela arguida ao tribunal “completamente inverosímil, incoerente e parcial”.

As juízas que condenaram Raquel Silva, de 33 anos, sublinharam no acórdão o facto de a mãe “não ter manifestado qualquer arrependimento nem qualquer preocupação ou compaixão” para com o menor.

Marcas de mordeduras

O tribunal deu como provado que, a 10 de outubro de 2010, o bebé de 14 meses deu entrada nas urgências do Hospital de Santarém com "Glasgow Coma Scale 15".

Tinha equimoses dispersas pelo corpo, um hematoma no crânio e várias fraturas. Teve de ser transportado para a Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde foi submetido a uma craniectomia descompressiva, uma operação à cabeça.

A criança apresentava múltiplas lesões e sequelas em todo o corpo e até marcas de mordeduras feitas por um adulto. Tinha também lesões ósseas intracranianas provocadas por embater “com grande energia” contra uma superfície “de elevada dureza” e sinais de síndrome de bebé sacudido, como refere o acórdão do Tribunal de Santarém.

No tribunal, a mãe disse que na véspera de ser levada às urgências, a criança tinha caído de uma cama com 60 centímetros de altura e embatido com a cabeça no chão.

Perda da guarda da criança

Os factos ocorreram em Asseiceira, no concelho de Rio Maior, na casa onde a mãe vivia com o então companheiro, Ezequiel Oliveira. Este estava também acusado de um crime de maus tratos mas, entretanto, morreu.

Além da pena de prisão, o tribunal condenou Raquel Silva à pena acessória de inibição do exercício das responsabilidades parentais.

A condenada residia então com Ezequiel Oliveira, de quem teve uma filha, em 2011, que foi entregue a uma tia.

Antes, Raquel viveu no Entroncamento com o pai dos outros três filhos: a criança vítima de maus tratos e uma irmã, ambas entretanto colocadas em Centros de Acolhimento Temporário, além de um outro menino, com problemas de autismo, que vive com os avós paternos.

Continue a ler esta notícia