Gaia: homem confessa ter matado senhoria a tiro de caçadeira - TVI

Gaia: homem confessa ter matado senhoria a tiro de caçadeira

Justiça (arquivo)

Arguido de 59 anos nega que o crime tenha sido premeditado

Um homem de 59 anos acusado de matar a senhoria com um tiro de caçadeira na cabeça confessou esta quinta-feira o crime no Tribunal de Vila Nova de Gaia, mas negou que aquele tenha sido premeditado.

O arguido, de Vila Nova de Gaia, que se encontra em prisão preventiva, confessou que em setembro de 2012 disparou contra a sua senhoria, de 79 anos, que, na altura, «estava no quintal». Depois disso, regressou para o interior da casa e chamou a polícia para se entregar.

«Quando a minha senhoria me deu uma ordem de despejo, fiquei desesperado. Não tinha para onde ir. Já tinha pedido à Segurança Social uma casa, mas não me arranjaram», explicou o homem que esclareceu ainda que, até ao dia do crime, nunca lhe passou pela cabeça fazer mal à senhoria.

Apesar de ter carregado a arma no dia anterior ao crime, não premeditou o crime, insistiu.

Durante a audiência foram ouvidas testemunhas como as duas filhas da vítima e o médico psiquiatra do suspeito, que garantiu que não se tratava de um homem violento e que, apesar do «distúrbio a nível do desenvolvimento da personalidade, dificilmente haveria risco de repetir tal atitude violenta».

A juíza ouviu ainda uma filha do arguido que o descreveu com um «homem bastante solitário», mas que «nunca tinha feito mal a ninguém».

No final da sessão, o Ministério Público alegou que a confissão é esclarecedora para uma condenação. Lembrou ainda que o arguido está ainda acusado de posse ilegal de arma.

Já o advogado dos assistentes frisou que se trata «de um crime brutal e que os relatórios clínicos feitos ao arguido dizem que pode reincidir». Para além disso, defende que o crime foi premeditado, pedindo, por isso, uma «condenação exemplar».

Por sua vez, a defesa alegou que o arguido não planeou o crime e agiu num ato de desespero. O advogado explicou que o homem, de 59 anos, «não é pessoa de maus instintos, nem está voltado para o mal, e que este foi um ato irrefletido».

Explicou ainda que «não se sabe se carregou a arma no dia anterior para se suicidar ou com qualquer outro tipo de intenção».

A leitura da decisão judicial está marcada para o próximo dia 12, às 09:30.
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