Matou amigo e livrou-se do corpo para não ouvir gemidos - TVI

Matou amigo e livrou-se do corpo para não ouvir gemidos

Arma (Foto de arquivo)

Claudio G., agora com 25 anos, atingiu o «amigo» com um tiro na testa, durante uma festa

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O Tribunal de Matosinhos julga quinta-feira um jovem acusado de balear um menor, que dizia seu amigo, e de se livrar do corpo para fugir às responsabilidades penais e para «evitar que os gemidos da vítima o incomodassem».

Cláudio G. (o «Marreta»), agora com 25 anos e já julgado no âmbito de crimes de furto imputados ao chamado «gangue da Lapa», vai responder pela acusação de homicídio de Igor Almeida, o «Grilo», 15 anos, suposto membro do mesmo grupo.

Sequestro acaba em tiroteio

A Cláudio são ainda imputados os crimes de posse de arma proibida e omissão de auxílio.

O caso aconteceu na noite da passagem de ano 2004/2005 e o disparo foi feito no interior de um apartamento de Guifões, Matosinhos, com uma arma de calibre 6.35, de acordo com o texto da acusação, a que a agência Lusa teve este domingo acesso.

A acusação explica que Cláudio atingiu o menor durante uma festa privada, no epílogo de alguns momentos de exibicionismo com a arma que ostentava e da qual se desfez, após o crime.

Exibir e a manusear uma pistola

Diz a acusação que Cláudio «começou a exibir e a manusear uma pistola de calibre 6.35 que trazia consigo, retirando e colocando por diversas vezes o carregador e a munição que estava inserida na câmara».

A dada altura, «após ter inserido o carregador na arma e respectiva munição na câmara, apontou a arma em direcção ao corpo do Igor e, a menos de um metro deste, premiu o gatilho e efectuou um disparo, atingindo-o na testa, entre os olhos e por cima do nariz».

De seguida, Igor foi embrulhado num lençol e atirado para um terreno nas traseiras do bloco habitacional.

Encontrado em agonia

O menor foi encontrado de manhã já em agonia e, às 08:53, os médicos da urgência do Hospital de São João nada mais puderam fazer do que passar a certidão de óbito.

Os legistas confirmaram, posteriormente, que a morte era inevitável: a bala penetrara-lhe a região frontal anterior do cérebro, saindo pela face lateral do lobo occipital direito, provocando hemorragia e destruindo o parênquima.

Co-arguidos no processo e acusados de omissão de auxílio são Agostinho A., 23 anos, e a sua mãe, Augusta A., 52 anos, porque «nada fizeram para promover o auxílio de que o Igor necessitava, nem se certificaram se a vítima era ou não socorrida».

Ao contrário, permaneceram «impávidos e serenos em casa», afirma o Ministério Público.

Numa referência à decisão de Claúdio G. de se livrar do menor que acabara de balear, a acusação diz que o arguido o fez «para se tentar esquivar da sua responsabilidade e a fim de evitar que os gemidos da vítima o incomodassem».

No âmbito da investigação do caso, Cláudio disse à Polícia Judiciária que atingiu Igor acidentalmente.
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