Os autarcas do Litoral Alentejano elogiaram a proposta de projecto-lei do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), em discussão no Parlamento, por permitir aos municípios liberdade de decisão sobre a criação de praias para a prática de nudismo, informa a Lusa.
A iniciativa parlamentar do PEV visa aumentar o número de praias para a prática de naturismo e nudismo, permitindo conferir aos municípios poder de decisão sobre a criação destes espaços, que agora estão confinados a seis locais em Portugal.
A vereadora do Turismo da Câmara de Sines, Cármen Francisco, que tem no seu município uma das praias de nudismo legalizadas no país, elogiou a proposta parlamentar.
«Se a Câmara pode fixar quais são as praias balneares, quando começa e acaba a época balnear, pode fazer planos de ordenamento do território, não vejo razão nenhuma para o facto das praias de naturistas terem que estar limitadas administrativamente por lei a uma por concelho», considerou.
«Há concelhos com costas muito reduzidas, há concelhos com áreas litorais muito grandes, onde provavelmente cabe mais do que uma praia de nudismo e parece-me bem que isso fique entregue aos órgãos autárquicos respectivos», argumentou a autarca.
Legalizada há cerca de dez anos, a praia do Salto, em Porto Covo, «era utilizada para a prática de nudismo há cerca de 20 anos», pelo que a Câmara apresentou uma proposta para a sua classificação, feita pela Federação Portuguesa de Naturismo, o que acabou por ser uma «formalidade» para estabelecer o que era a prática.
Também o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, concorda com a proposta e recorda que o município acolhe um parque naturista na zona interior.
«As praias devem ser ordenadas e devem haver regras para aqueles que não são favoráveis ao naturismo saibam as regras que existem e aqueles que são naturistas tenham também o seu espaço próprio», defendeu.
Naturismo não é prioridade
A Câmara de Cascais não vê como prioridade turística a criação de praias para naturismo no concelho, revelou o vice-presidente da autarquia.
«Esta é uma questão que não faz muito sentido. Há com certeza um maior número de prioridades e coisas a fazer para o turismo na orla marítima que devem ser equacionadas», contrapôs Carlos Carreiras, que é também responsável pelo pelouro do Turismo.
Carlos Carreiras considerou que «o turismo de sol e praia há muito que passou pelo país», acrescentando que existem «outras estratégias» a seguir.
«Há muito mais a fazer do que aumentar o número de praias onde é possível a prática de nudismo, além disso a oferta está equilibrada com a procura», concluiu.
Autarcas alentejanos saúdam iniciativa sobre praias naturistas
- Redação
- VG
- 8 abr 2010, 13:25
«Os Verdes» querem dar poder de decisão aos municípios sobre criação dos espaços para prática de nudismo
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