Bastonário e 70 advogados na rua contra «caprichos» do Governo - TVI

Bastonário e 70 advogados na rua contra «caprichos» do Governo

Marinho Pinto diz que buscas na Madeira foram «justiça-espetáculo»

António Marinho e Pinto em protesto em Chaves

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O bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho e Pinto, afirmou esta segunda-feira que os tribunais «não são peças de xadrez no tabuleiro dos caprichos dos burocratas do Ministério da Justiça» para serem movimentados sem critérios.

No protesto dos advogados de Chaves contra a perda dos processos de Grande Instância Civil e Criminal para Vila Real, a 68 quilómetros, o responsável frisou ser importante a ministra da Justiça sair do seu gabinete e percorrer o país para deixar de fazer leis e «pretensas reformas» com os «burocratas» que enchem o seu ministério.

«A reforma é um tremendo erro, com consequências gravíssimas para o país, pelo que tenho esperança que não entre em vigor», disse, citado pela agência Lusa.

E, acrescentou, «a ministra mexe com os direitos dos cidadãos com a volúpia com que Charlie Chaplin mexia o globo no filme "O Grande Ditador"».

Em vez de fazer reformas «absurdas», realçou Marinho e Pinto, Paula Teixeira da Cruz deveria ter a «modéstia» de falar com os cidadãos, a quem serve a justiça, autarcas, advogados e magistrados.

«Esta reforma é o resultado de quem vive fechado no bunker das suas certezas e não tem a humildade de contactar o país», afirmou.

Segundo o bastonário, para «essas pessoas», a Norte de Santarém é tudo igual, não conhecem o país e, depois tomam decisões erradas, o que é «lamentável».

A desclassificação do Tribunal de Chaves é «disparatada», na opinião de Marinho e Pinto, porque vai obrigar algumas pessoas a fazerem «mais de 200 quilómetros» para chegar a Vila Real.

«Ninguém tem direito a ter um tribunal no seu quintal, mas ninguém tem de andar 200, 150 ou 100 quilómetros para ter acesso à justiça. Se um homicídio aconteceu em Chaves, porque é que tem de ser julgado em Vila Real», questionou.

Os 70 advogados de Chaves, em protesto contra a perda de competências para o Tribunal de Vila Real, desfilaram hoje pelas ruas da cidade em toga e suspenderam até dia 03 de novembro todas as diligências, inclusive as urgentes.
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