Conheça o perfil de quem anda com armas de fogo - TVI

Conheça o perfil de quem anda com armas de fogo

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«É homem, é português e tem entre os 40 e os 64 anos», revela estudo

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A maioria dos crimes violentos ocorridos em Portugal, envolvendo armas de fogo, são cometidos por homens, segundo um estudo do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, citado pela Lusa.

O estudo, com base em dados sobre os detidos por crimes violentos do Relatório Anual de Segurança Interna de 2007, refere que «a maioria dos utilizadores criminais de armas de fogo são homens, de nacionalidade portuguesa (mais de 90 por cento)».

Entre os crimes mais comuns com recurso a arma de fogo estão o roubo, a ofensa física, a tentativa de homicídio e o homicídio.

Os investigadores do CES fizerem entrevistas aos reclusos do estabelecimento prisional de Coimbra, que representa 3,8 por cento da população prisional portuguesa, e onde 22 por cento dos presos cumpre pena por crimes directamente relacionados com armas de fogo, que confirmam a tendência.

«A maioria dos presos afirmou que o primeiro contacto com armas de fogo se deu no seio do grupo de amigos, durante a transição da infância para a adolescência, não sendo incomum a existência de armas de fogo em casa», referem os investigadores.

A maioria dos reclusos que contactaram com armas de fogo associam-lhes valores como protecção e defesa da família.

As reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires, que representa 45,6 por cento da população prisional feminina em Portugal, e onde cerca de oito por cento está presa por crimes com armas de fogo, indicam que o seu contacto com armas foi mais tardio do que os homens e está associado à participação no tráfico de drogas.

Uma parte significativa dos relatos referiu o uso de armas de fogo em situações de violência doméstica, em particular como forma de reacção a um historial de maus tratos.

Dados da Direcção Geral de Reinserção Social (2009) indicam que 204 jovens cumprem medida de internamento em Centros Educativos. Destes, 89 por cento são rapazes e 11 por cento raparigas.

Apesar do uso efectivo de armas ser residual entre os jovens, «o envolvimento com a violência e com as armas acontece, na maioria das vezes, no grupo de amigos, ocorrendo nas escolas e nos espaços envolventes».

O estudo indica ainda que o contacto e uso de armas estão «frequentemente associados ao tráfico de droga, em rapazes e raparigas, sendo que a maioria refere um misto de sensações aquando do primeiro contacto, entre o medo e o sentimento de poder».

«A função simbólica da arma enquanto forma de acesso a bens materiais e estatuto surgiu frequentemente ao longo das entrevistas com jovens rapazes», escrevem os investigadores do CES.

No entanto, o número de jovens que cumprem medida de internamento em Portugal (204) mostra «uma percentagem muitíssimo mais elevada de jovens que optam por não participar em práticas ilegais e/ou violentas, no nosso país, especialmente as que envolvem o uso de armas de fogo».

Uma amostra das licenças atribuídas em 2008 e 2009 pela PSP, revela que o perfil mais comum dos utilizadores legais de armas de fogo «é homem, é português e tem entre os 40 e os 64 anos».

Agricultores, operários da construção civil, comerciantes, empresários, motoristas, industriais, engenheiros, carpinteiros, serralheiros e mecânicos de automóveis foram os que mais pedidos de licença apresentaram à PSP.
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