Desempregados recrutados para contrabando de tabaco

Pessoas desempregadas, sem antecedentes criminais e livres de qualquer suspeita, estão a ser recrutadas para servirem de correio na introdução de mercadoria ilegal em Portugal.

De acordo com detenções feitas nos últimos meses pela GNR, «as redes de contrabando têm recorrido cada vez mais a pessoas desempregadas, aliciadas por «dinheiro fácil»».

Uma mulher foi detida na segunda-feira à noite por transportar 500 mil cigarros de uma marca de cigarros que não existe em Portugal, a «Elite». O produto apreendido correspondia a cerca de 100 mil euros. A mulher circulava na A3, em Celeiros, Braga.

«Trata-se de tabaco de elevada qualidade e de uma marca que nunca tinha sido apreendida em Portugal. Tudo indica que seja original, produzido na União Europeia para ser vendido em free-shops e espaços sem controlo aduaneiro», disse uma fonte oficial.

Este ano já foram apanhados muitos condutores a transportar tabaco, proveniente de Espanha e destinado ao mercado português. Muitos não estavam no negócio do tabaco e não eram conhecedores das tramitações legais.

«É uma realidade preocupante, que poderá ser fruto do elevado nível de desemprego e da crise económica no país», afirmou a mesma fonte policial.

De acordo com o «Jornal de Notícias» (JN), que avança a notícia, o que terá levantado suspeitas para o caso da mulher detida «foi o facto de a carrinha circular na faixa do meio da auto-estrada a uma velocidade reduzida».

A detida, que foi constituída arguida, terá afirmado não saber que estava a cometer uma ilegalidade. Foi libertada com termo de identidade e residência.

De acordo com a Unidade de Acção Fiscal da GNR, foram apreendidos 1,9 milhões de cigarros nos primeiros seis meses do ano. Só em 2009 terão sido apreendidos 12 milhões de cigarros em mega-operações.