O Tribunal Judicial de Ílhavo voltou a adiar o início do julgamento, que estava marcado para esta segunda-feira, de Paulo Pereira Costa, acusado do crime de violação do segredo de justiça no âmbito do caso Face Oculta, informou o seu advogado.
Em declarações à Lusa, o advogado Pedro Marinho Falcão disse que o julgamento foi adiado «por insuficiência de prova e incapacidade do laboratório de polícia científica de ter respondido a um conjunto de questões» colocadas pela defesa.
Esta foi a mesma razão que levou ao primeiro adiamento do julgamento, que já esteve para se realizar em Janeiro de 2010.
Paulo Pereira Costa é acusado de ter disponibilizado a um canal de televisão um mandato de busca, que lhe foi entregue no âmbito do processo Face Oculta.
O crime, segundo a Procuradoria-Geral da República, ocorreu a 28 de Outubro de 2009, dia das buscas feitas a várias entidades públicas e privadas suspeitas de vários crimes económicos.
«O meu cliente está indiciado por haver uma coincidência entre uns sinais que estavam no mandato de busca e os sinais que aparecem na RTP e eu pedi que o laboratório científico me dissesse se, de facto, há uma igualdade entre as duas marcas», explicou Pedro Marinho Falcão.
O causídico adiantou ainda que a primeira audiência ficou marcada para 2 de Maio.
No âmbito do processo Face Oculta, Paulo Pereira Costa foi indiciado por quatro crimes de receptação e um de associação criminosa, ficando obrigado ao pagamento de uma caução de 25 mil euros.
O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho.
Entre os arguidos estão personalidades como o então presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, José Penedos, que foi suspenso de funções pelo juiz de instrução, e Armando Vara, ex-ministro socialista e que se demitiu do Millenium/BCP, onde desempenhou funções de administrador.
Face Oculta: julgamento de violação de segredo de justiça adiado
- tvi24
- 17 jan 2011, 12:43
Em causa falta de prova pericial
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