Falar de «facilitismo» é desrespeitar as escolas, diz ministra

A ministra da Educação disse esta quinta-feira, em Viana do Castelo, que «falar de facilitismo nos resultados dos exames de Matemática é um total desrespeito pelo trabalho realizado pelas escolas e professores nos últimos quatro anos», avança a agência Lusa.

Maria de Lurdes Rodrigues entende que não se pode ter «uma atitude de pessimismo e de descrença sobre o trabalho realizado». A governante assegurou ainda que, nos últimos anos, as escolas, os professores e os alunos trabalharam mais e que tal deu origem a uma melhoria progressiva dos resultados da disciplina.

A ministra falou no final da sessão de abertura do congresso ProfMat 2009 realizada no pavilhão gimnodesportivo de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo.

Quatro professores protestaram com cartazes enquanto a ministra discusava

O evento tem lugar na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo até ao dia 5 de Setembro e conta com a presença de 600 professores.

No discurso que realizou na iniciativa, Maria de Lurdes Rodrigues foi confrontada por quatro professores que ergueram cartazes em protesto contra a política na Educação.

«Estas atitudes são normais na democracia», considerou a ministra que diz continuar a trabalhar com «determinação», «em respeito pelas escolas e pelos professores»

A ministra acrescentou ainda que a mudança não foi repentina, mas sim gradual, dando como exemplo o facto de num ano ter sido duplicado o número de professores.

Maria de Lurdes Rodrigues salientou que esse aspecto fez com que os estudantes tivessem trabalhado mais horas e tivessem estudo acompanhado.

A governante salientou também as melhorias dos resultados na Matemática, cujas médias foram negativas durante mais de dez anos.

Maria de Lurdes Rodrigues salientou ainda que, no desenvolvimento do Plano de Acção para a Matemática (PAM), o Ministério da Educação actuou sempre em colaboração com a Associação de Professores de Matemática (que organizou o encontro de hoje), com as escolas e com as instituições de ensino superior, criando estabilidade aos professores, colocando-os por quatro anos nas escolas.

O PAM abrange 400 mil alunos e mais de 17 mil professores de acordo com dados do ministério.

Ensino especial: «serão colocados todos os professores que a escola solicitar»

A ministra garantiu ainda, desta vez no que toca ao ensino especial, que «serão colocados todos os professores de ensino especial que as escolas vierem a solicitar».

Mais mil professores no Ensino Especial

Maria de Lurdes Rodrigues negou a ideia de que há falta de formação na área.

A governante acrescentou ainda que o Ministério da Educação apetrechou as escolas através da melhoria de equipamentos e instrumentos para o ensino especial. Foram também colocados técnicos especializados.