O advogado José Francisco Gandarez deixou, esta quinta-feira, às 18:15 as instalações da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, onde foi ouvido desde as 15:30 no âmbito do processo de alegada corrupção no licenciamento do outlet Freeport, em Alcochete.
Freeport: ex-ministro ouvido na PJ
O advogado José Francisco Gandarez entrou na PJ de Setúbal cerca das 14:00, mas só começou a ser interrogado às 15:30.
À saída, o advogado escusou-se a prestar declarações aos jornalistas, afirmando apenas «saio como entrei», sem explicar se foi ouvido como testemunha ou como arguido.
Já de manhã, o ex-ministro da Economia Mário Cristina de Sousa foi ouvido pela PJ no âmbito do mesmo caso.
«Documento pedia 4 milhões de libras»
De acordo com uma notícia publicada no jornal «Correio da Manhã», terá sido a sociedade de advogados Gandarez e Antunes que enviou um documento onde se pedia 4 milhões de libras (à data 1,2 milhões de contos) para conseguir a legalização do empreendimento.
O Freeport teve na sua origem investimento inglês.
De acordo com o mesmo jornal, o pedido teria sido feito em Dezembro de 2001 - numa altura em que Mário Cristina de Sousa já não era ministro -, primeiro através de um contacto telefónico e depois formalizado num fax enviado à Smith & Pedro.
O «Correio da Manhã» referiu ainda que os advogados propunham resolver o problema de licenciamento, depois de um segundo chumbo pelas autoridades portuguesas, primeiro a troco de dois milhões de contos (10 milhões de euros), depois a troco de 1,2 milhões (6 milhões de euros).
O processo relativo ao centro comercial Freeport de Alcochete está relacionado com alegadas suspeitas de corrupção no licenciamento daquele espaço, em 2002, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.
Neste momento, o processo tem dois arguidos. São eles Charles Smith e o seu antigo sócio na empresa de consultoria Manuel Pedro, que serviram de intermediários no negócio do espaço comercial.
Freeport: Gandarez já foi ouvido na PJ
- Redação
- ASC
- 16 abr 2009, 18:52
À saída, o advogado recusou dizer se foi ouvido como testemunha ou arguido
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