Homens do norte perdem mais anos de vida que as mulheres - TVI

Homens do norte perdem mais anos de vida que as mulheres

Sociedade

Estudo revela também que o número de mortes evitáveis baixou na região norte

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Os homens do Norte perdem mais anos de vida saudável que as mulheres, revelam os resultados preliminares de um estudo «pioneiro em Portugal», divulgados pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

Manuela Felício, da ARS Norte, destacou o «estudo inédito», baseado na «Carga Global da Doença», um indicador novo, criado em 1996, que nunca tinha sido utilizado em Portugal, informa a Lusa.

A submissão a este indicador dos dados relativos ao Norte permitiu concluir que «os homens têm mais anos de vida saudável perdidos do que as mulheres nos grupos etários estudados com idade inferior a 60 anos».

«O grande grupo das doenças não transmissíveis, como a diabetes, a depressão e a hipertensão, foi responsável por 85,9 por cento dos anos de vida saudável perdidos pela população da região Norte», afirmou Manuela Felício.

As doenças cerebrovasculares, os episódios depressivos, a doença isquémica do coração, a diabetes mellitus e a perda de audição são, por ordem decrescente, as cinco principais causas específicas dos anos de vida saudável perdidos pela população nortenha.

Nos homens, entre as cinco primeiras causas estão as perturbações mentais e do comportamento, devidas à dependência alcoólica e os acidentes de viação, enquanto nas mulheres a ARS Norte destaca a presença da doença de Alzheimer e outras demências.

Manuela Felício referiu que os resultados deste estudo evidenciam a importância da criação de serviços locais de saúde mental em cinco hospitais gerais da região.

O presidente da ARS Norte, Fernando Araújo, reconheceu que, no caso da doença de Alzheimer, ainda há uma «lacuna nacional», porque falta operacionalizar a rede de cuidados continuados já aprovada.

Mortes evitáveis diminuíram

O número de mortes evitáveis baixou 31,4 por cento na região Norte entre 1989 e 2005, revela a ARS do Norte.

Num dos estudos, concluiu-se que se registou uma «diminuição acentuada das mortes evitáveis» ocorridas na região, de 31,4 por cento entre 1989 e 2005, redução essa «ligeiramente inferior à verificada no continente».

As mortes evitáveis sensíveis aos cuidados médicos baixaram 45,6 por cento e as sensíveis à promoção da saúde 19,8 por cento, referiu Manuela Felício.

Os óbitos infantis foram os que mais contribuíram para a redução das mortes evitáveis (menos 65,4 por cento), tendo a região Norte registado «pela primeira vez» em 2006, 2008 e 2009 uma taxa de mortalidade infantil inferior à de Portugal continental e «das melhores do Mundo».

No período estudado, baixaram as mortes evitáveis por tuberculose (menos 18,8 por cento), doença isquémica do coração (menos 37,2 por cento) e doenças hipertensivas e cerebrovasculares (menos 51,1 por cento).

As mortes por tumor maligno da mama não tiveram alteração significativa, enquanto as relacionadas com o tabagismo, como o tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmões, aumentaram 25,9 por cento.

Manuela Felício afirmou que é esperada uma redução das doenças relacionadas com o tabagismo na análise do período 2006-2010, que será feita em 2011, estando também a ARS Norte especialmente atenta à tuberculose, dado que se registaram entre 2001 e 2005 mais 11,8 por cento de mortes do que as esperadas.

A ARS Norte destacou também a importância de uma maior sensibilização das mulheres para a participação nos rastreios do cancro da mama, dado que algumas não aparecem às convocatórias que recebem.
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