Médicos iniciam greve de dois dias

É a segunda grande greve dos médicos portugueses e vai afetar meio milhão de portugueses esta quarta e quinta-feira.

«Eu sou médico e faço greve porque...»

Com o protesto poderão ser canceladas 4500 cirurgias e meio milhão de consultas.

Os clínicos contestam a decisão do Governo em lançar um concurso para sub-contratar médicos através de empresas privadas.

A ideia é preencher horas em falta. Os sindicatos não aceitam. Dizem que médicos low-cost são um perigo para o Serviço Nacional de Saúde.

Esta é uma das 20 reivindicações dos clínicos e a mais polémica.

Durante estes dois dias, os serviços mínimos e os meios necessários são os mesmos que existem aos domingos e feriados.

Segundo consta do pré-aviso da greve, nestes dias os trabalhadores médicos devem garantir a prestação dos cuidados de quimioterapia e radioterapia, de diálise, urgência interna e indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar.

Devem igualmente ser assegurados os serviços de imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes e os cuidados paliativos em internamento.

Também assegurada deve ser a punção folicular por determinação médica em mulheres cujo procedimento de Procriação Medicamente Assistida (PMA) tenha sido iniciado e decorra em estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Desde a década de 80 - com Leonor Beleza como ministra da Saúde - que as duas forças sindicais, com o apoio da Ordem dos Médicos, não agendavam um protesto com esta amplitude.