Novo vírus poderá ser transmitido de pessoa para pessoa - TVI

Novo vírus poderá ser transmitido de pessoa para pessoa

Coronavírus pertence à família da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), que em 2003 fez mais de 800 mortos

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As autoridades de saúde lançaram um alerta mundial para um novo vírus. A nova estirpe do coronavírus é potencialmente fatal. Em Portugal, não há ainda nenhum caso registado, mas os cuidados devem começar. A infecção respiratória, que pertence à família da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), que em 2003 fez mais de 800 mortos, poderá ser transmitido de pessoa para pessoa.

Foi o registo de três casos numa mesma família britânica que deu o alerta. A transmissão não terá sido direta e imediata, mas o certo é que os três casos apontam para a possibilidade da transmissão ocorrer de pessoa para pessoa, adianta a Reuters que cita fontes da Organização Mundial de Saúde.

O primeiro caso registado ocorreu em setembro de 2012 quando um homem do Qatar, que recentemente tinha estado na Arábia Saudita, foi diagnosticado com o vírus. Desde então há registo de pelo menos 12 doentes, cinco dos quais perderam a vida.

A maioria dos infetados tinha viajado recentemente para o médio Oriente, mas é o caso do último doente diagnosticado, no Reino Unido, que está a preocupar as autoridades. Este doente, internado no hospital em Birmingham, centro da Inglaterra, não viajou para nenhuma país recentemente, mas tem o vírus. A infeção terá ocorrido já em solo britânico.

"A nova infecção pelo coronavírus confirmada em uma pessoa sem histórico de viagem ao Médio Oriente Médio sugere que a transmissão pessoa-a-pessoa tenha ocorrido, e que ocorreu na Grã-Bretanha", disse John Watson, chefe de doenças respiratórias da Agência de Proteção à Saúde da Grã-Bretanha. O mesmo responsável adiantou que este doente apresentava um quadro clínico de maior risco devido a doenças subjacentes.

"Até à data não foi registado nenhum caso em Portugal", adiantou à TVI, Graça Freitas da Direção Geral de Saúde, que esclareceu ainda que é necessário redobrar a vigilância e que em caso de suspeitas o doente deverá ser "isolado" e os contatos mais próximos vigiados.

O novo coronavírus, ou NCoV, pertence à mesma família da SARS, um coronavírus que surgiu na China, em 2002, e matou cerca de um décimo das oito mil pessoas infectadas em todo o mundo. Os sintomas comuns a ambos os vírus incluem doença respiratória grave, febre, tosse e dificuldades em respirar.

Apesar desta possibilidade estar a ser estudada, os especialistas adiantam que não há muitas evidências deste tipo de transmissão. Se a transmissão de pessoa para pessoa fosse já uma evidência, existiriam muitos mais casos de infetados.

"Se o novo coronavírus fosse mais infeccioso, poderíamos esperar ter visto um número maior de casos do que temos visto desde que o primeiro caso foi relatado há três meses", explicou.

Portugal já acionou os mecanismos de vigilância recomendados pela Organização Mundial de Saúde.
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