Países europeus cortam verbas da luta contra a pobreza - TVI

Países europeus cortam verbas da luta contra a pobreza

Em 2012 foram disponibilizados apenas 50,6 mil milhões de euros

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O valor global da ajuda dos países da União Europeia (UE) para combater a pobreza mundial desceu quatro por cento em 2012, informa um relatório de ONG europeias apresentado esta quinta-feira, no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

O relatório «Aid Watch» da CONCORD (Confederação Europeia de Organizações Não-Governamentais de Ajuda Humanitária e Desenvolvimento) salienta que os países da UE disponibilizaram 50,6 mil milhões de euros para a ajuda ao desenvolvimento, uma redução de 4 por cento relativamente a 2011.

A Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) sublinha que os «cortes na Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) por parte da União Europeia colocam em causa a luta contra a pobreza mundial».

«A dois anos da meta estabelecida pelas Nações Unidas para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, definidos no ano 2000, a evolução da Ajuda Pública ao Desenvolvimento disponibilizada pela União Europeia tem marcado passo», afirma o grupo de ONGD portuguesas.

«O novo relatório revela que em 19 dos estados-membros da UE se verificou uma diminuição ou estagnação dos valores da sua APD», esclarece a plataforma, concluindo que «o défice de financiamento para se alcançarem as metas da ONU corresponde a 36 mil milhões de euros». Portugal, com um plano de resgate financeiro, é um dos estados-membros da UE que diminuiu a ajuda acentuadamente.

O presidente da Direção da Plataforma Portuguesa das ONGD, Pedro Krupenski, refere que «não é apenas importante honrar os compromissos assumidos quanto à quantidade de fundos afetos à cooperação», acrescentando que «é também, e sobretudo, importante aplicar de forma transparente e eficaz os fundos disponibilizados para o cumprimento dos objetivos de erradicação da pobreza».

Krupenski acrescenta ainda que «os poucos fundos afetos à cooperação portuguesa não chegam às mãos de quem deles precisa, mas servem para internacionalizar a economia portuguesa e captar investimento estrangeiro».
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