PJ não encontrou provas em computadores de Allan Sharif - TVI

PJ não encontrou provas em computadores de Allan Sharif

Justiça

Correio electrónico poderia conter dados sobre as alegadas burlas do luso-americano

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A Polícia Judiciária não encontrou os emails que o luso-americano Allan Sharif disse ter guardados nos seus computadores e que poderiam conter dados sobre as alegadas burlas que terão prejudicado instituições financeiras de vários países, informa a Lusa.

Luso-americano admite burlas a instituições financeiras de vários países

Durante a sessão de julgamento de terça-feira, o Tribunal de Mangualde revelou que a diligência solicitada à PJ, no início de Junho, não confirmou a alegação do arguido.

O luso-americano Allan Sharif dizia ter guardado, nos seus computadores, registos de comunicações com o canadiano Timothy Von Kaay, através de correio electrónico, onde eram supostamente abordados pormenores sobre as transferências monetárias.

Os dois computadores do arguido, apreendidos em Junho de 2008, foram «exaustivamente examinados conforme relatório forense elaborado pelo grupo técnico da PJ, sendo que nenhum deles contém as informações/emails invocados pelo arguido».

Allan Guedes Sharif, detido em Junho de 2008 em Viseu, é acusado de ser o cérebro de um grupo, constituído pelo tio, os quatro filhos e o genro deste, e ainda um amigo, todos arguidos, que começou a ser julgado em Janeiro.

Estão acusados da co-autoria de 27 crimes de extorsão qualificada, burla agravada e branqueamento de capitais, que terão lesado empresas e instituições financeiras de vários países, nomeadamente dos Estados Unidos da América (EUA), do Canadá e Europa.

Na audiência de terça-feira, que durou pouco mais de uma hora, o Tribunal de Mangualde notificou ainda o arguido Nuno Guedes a apresentar-se, nos próximos cinco dias, nos serviços de inserção competentes, para que seja elaborado um relatório social.

Ao longo do julgamento, que teve início em Janeiro, Allan Sharif admitiu ter burlado instituições financeiras de vários países, através de um sistema de transferências monetárias, mas negou que familiares seus estivessem intencionalmente envolvidos no esquema, alegando que os restantes arguidos apenas fizeram levantamentos das transferências porque estavam convencidos de que o dinheiro era resultante da venda de uma quinta.

A Quinta do Rio Torto, que era do seu tio, J. Guedes, foi negociada com o canadiano Timothy Von Kaay, que veio em 2007 para Portugal e lhe propôs «um negócio de compra de terrenos e empresas».

O luso-americano admitiu ter conhecimentos sobre os procedimentos usados nas transferências monetárias feitas através dos serviços da Western Union e da Moneygram, nos EUA, dos quais se aproveitou para transferir para Portugal elevadas quantias de dinheiro.

Explicou que as transferências eram feitas em conjunto, por Timothy e por si, com recurso a chamadas telefónicas feitas a partir de Portugal e a um software informático que permitia aceder ao sistema da Western Union.

O «esquema» com Timothy Von Kaay terá «começado em 2000», nos EUA, e em Portugal terá durado «dois anos», sustentando não ter ideia dos montantes em causa.

A próxima audiência está agendada para o dia 30 de Julho.
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