Portuguesa transferida da Venezuela está «debilitada e muito magra» - TVI

Portuguesa transferida da Venezuela está «debilitada e muito magra»

Advogado diz, contudo, que se encontra animada por chegar a Portugal

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A portuguesa Maria Antonieta Parreira Soares Liz que foi transferida este domingo da Venezuela para Lisboa, está no estabelecimento prisional de Tires, onde chegou «debilitada e muito magra», mas animada por estar em Portugal, disse o seu advogado à agência Lusa.

Maria Antonieta Parreira Soares Liz foi condenada em 2005 na Venezuela a nove anos de prisão por tráfico de droga, juntamente com outras duas passageiras de um avião da Air Luxor onde foram encontrados quase 400 quilos de cocaína.

«A Antonieta chegou de fato esta manhã ao Aeroporto de Lisboa e foi remetida ao estabelecimento prisional feminino de Tires, onde já tive a oportunidade de, como advogado, a visitar. Achei-a algo debilitada, muito magra, pouco mais terá que 40 quilos», disse Manuel Silva Salta à Lusa.

De acordo com o advogado, a portuguesa «depois de se ver a bordo de um avião português, de ter aterrado em Lisboa, no seu país natal, está mais tranquila, não conformada, mas com o consolo de se sentir mais próximo dos seus, da sua pátria».

«Bem tratada»

Por outro lado sublinhou que a Antonieta Liz está «a ser muito bem tratada».

Manuel Silva Salta recordou que inicialmente não era advogado de Antonieta, uma das três portuguesas que foram detidas em 2004 na Venezuela, após a descoberta de quase 400 quilogramas de cocaína num avião fretado pela Airluxor, e condenada, em 2005, a 9 anos de prisão.

«Como advogado, depois de ter assistido ao julgamento todo e ter trabalhado com um colega venezuelano na defesa do co-piloto Luís Santos, conheci profundamente o processo, era uma senhora que me chamava a atenção tinha um advogado que agia manifestamente isolado de todos os outros arguidos neste processo, quer portugueses quer venezuelanos», disse.

Por outro lado, sublinhou, que «na prova toda produzia em julgamento não houve um único fato, muito menos sequer indícios, de que (a portuguesa) tivesse alguma coisa a ver com aqueles ilícitos que estavam na acusação do processo venezuelano».

Também veio a saber, no processo português, que na sequência de uma investigação «eram acusadas as outras passageiras daquele voo, outros cidadãos nacionais e estrangeiros, mas a Antonieta não, nem arguida era, e havia uma menção do senhor procurador dizendo que se limitou a aceitar um convite in extremis feito por uma das outras passageiras, a única que era sua conhecida, para viajar à Venezuela num avião executivo com uma amiga que ia de negócios a Caracas».

Segundo Manuel Salta esta portuguesa «foi a única que apresentou recurso (contra a decisão do juiz), que foi recusado por alegada intempestividade» o que motivou um outro «recurso para um tribunal superior que depois de um ano se pronunciou favoravelmente à Antonieta».

«Dificuldades no tribunal de apelação, desculpas de magistrados, fizeram que o processo se arrastasse, passasse um ano e outro ano», frisou.

Promessa de Chávez

Segundo o advogado em 2008 foi-lhe prometido que «o Presidente Hugo Chávez lhe ia concedia um indulto», com a garantia de que «sairia na semana seguinte».

«Ela na altura hesitou e tomou a decisão muito arriscada de deixar cair um recurso à espera da benesse de um indulto. Passou um natal, passou outro, cansada e desesperada a determinada altura pediu a transferência para cumprimento da pena em Portugal», explicou.

O advogado espera agora que «por razões humanitárias e bom comportamento, seja colocada cá fora nos termos da lei processual» portuguesa.
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