Portugueses provam que azeite combate AVC - TVI

Portugueses provam que azeite combate AVC

Azeite

Esta é a primeira prova científica dos benefícios para a saúde e vai agora ser possível produzir melhores azeites

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Um grupo de investigadores portugueses descobriu o antioxidante do azeite capaz de combater ataques cardíacos e AVC. Esta é a primeira prova científica acerca dos «benefícios para a saúde que se têm observado em pessoas que incluem o azeite na dieta», disse a coordenadora do estudo Fátima Paiva-Martins ao tvi24.pt.

Já se sabia que os antioxidantes promoviam a saúde. Também já era sabido que o azeite era uma das fontes de antioxidantes. O que não se sabia era se havia antioxidantes do azeite melhores que outros, nem quais. Agora, os cientistas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto identificaram qual o antioxidante presente no azeite mais eficaz no combate às doenças do coração.

Azeites mais saudáveis

A descoberta publicada na «Molecular Nutrition & Food Research» pode vir a ter um impacto substancial na alimentação e na promoção da saúde. Com estes novos dados passa a ser possível criar azeites «funcionais», mais capazes de combater doenças, através da maior concentração do antioxidante em causa.

Os produtores de azeite têm, por isso, um papel fundamental.

«É possível usar técnicas de extracção que aumentem a quantidade de todos os antioxidantes no azeite. Nem todos os azeites têm a mesma quantidade dos vários antioxidantes, pelo que se podem procurar as variedades de azeitona, e existem mais de 100, que produzam azeites com maiores quantidades.» revelou Fátima Paiva-Martins ao tvi24.pt.

«Este antioxidante pode ser extraído a partir de folhas de oliveira. No futuro, se a legislação permitir, poderá ser utilizado para suplementar azeite», acrescentou a investigadora.

O azeite e os glóbulos vermelhos

As doenças cardíacas estão relacionadas com os radicais livres que actuam sobre o colesterol «mau», o que causa aterosclerose, endurecimento das artérias e doenças coronárias. Por transportaram oxigénio, os glóbulos vermelhos do sangue estão sujeitos «ao stress oxidativo» que, além daquelas doenças, causa o normal envelhecimento celular.

Os investigadores estudaram quatro antioxidantes presentes no azeite e que protegem os glóbulos vermelhos e identificaram o 3,4-DHPEA-EDA que oferece maior protecção contra a morte daquelas células.

Quanto mais virgem melhor

Quanto maior for a concentração do antioxidante identificado maior o efeito do azeite no combate à aterosclerose. Os azeites virgens têm mais quantidades de antioxidantes que os azeites normais. O ideal são os azeites extra virgens que perdem menos antioxidantes durante a refinação.

«Por lei o azeite chamado normal é uma mistura de azeite virgem com azeite refinado. Como podemos imaginar, o azeite virgem usado nesta mistura também não é o de melhor qualidade. A diferença entre extra-virgem e virgem é que, normalmente, o primeiro é extraído de azeitona acabada de colher e a frio. Como tal pode conter maior quantidade de antioxidantes, embora dependa do método de extracção usado, e uma acidez menor. No azeite virgem e com o passar do tempo após a colheita, a azeitona vai sofrendo modificações enzimáticas e perdendo antioxidantes e assim o azeite obtido desta azeitona, que está à espera há mais algum tempo, vai ter acidez superior e menor quantidade de antioxidantes» disse Fátima Paiva-Martins ao tvi24.pt.

Abre-se assim um novo nicho de mercado. Cabe agora aos produtores agrícolas criar melhores azeites, capazes de proteger a saúde dos consumidores.
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